Nega lê. Lilu a observa. Olhar pidão.
Tem uma Casio nas mãos. Brinca com as teclas. Corre os hábeis dedos sobre elas.
Digita 50135.50738. Ri. Entrega a calculadora para Nega. “Que número é esse?” “Não
é número. São palavras.” Nega olha outra vez. Vira os olhos. Mensagem
decifrada. Fecha o livro. Apaga a calculadora. Tira a blusa. “São seus.” Lilu
suspira. E começa a mordiscar o coração de Nega.
Também de Ademar de Queiroz, leia: http://www.negalilu.com.br/2012/03/escultura-de-segall-e-minhas-duas.html