Izaura e a catapulta: um plano de circulação do livro goiano
sexta-feira, setembro 26, 2014
Livreira e editora, Izaura Franco é representante de
Goiás no Colegiado Nacional do Livro, Leitura e Literatura (CLLL) do Ministério
da Cultura. Pessoa bem informada sobre a política pública nacional para o
setor, ela foi a responsável por levar a produção de autores goianos para a
Bienal Internacional do Livro de São Paulo, no mês de agosto deste ano, por
meio da R & F Editora. Representando cerca de 80 escritores, sua próxima
missão é batalhar a circulação do livro goiano no exterior também na Feira do
Livro de Frankfurt, programada para outubro. Sua meta é catapultar o livro
goiano para além do Rio Paranaíba. Izaura
Franco é convidada da Nega Lilu Editora para um bate papo sobre o desafio da
circulação do livro e os labirintos do mercado editorial, no próximo sábado
(27/09), às 14h, no Evoé Café com Livros, na Galeria Central (Rua 3, esquina
com Rua 6, no Centro de Goiânia. Confira entrevista concedida à jornalista
Larissa Mundim, durante a Bienal Internacional do Livro de São Paulo.
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Foto: Selma Cândida/Jornal O Hoje |
Nega Lilu: Valeu a pena todo o esforço e investimento
para a montagem de estande na Bienal do Livro de São Paulo?
Izaura: Foi
excepcional. Me senti numa festa. Um mar de pessoas circulando aqui e ali. Evento
concorrido daquele jeito, em Goiás, a gente só conhece a festa de Trindade. A
diferença é que aquela gente toda pagou pra entrar na feira atraída por livros.
Marcar presença em uma bienal é sempre um grande esforço, um ato de valentia e
só foi possível porque obtivemos o apoio de diversos parceiros. Diante da
experiência bem-sucedida, já garanti a participação da R&F Editora na
Bienal do Livro de 2015, que será realizada no Rio de Janeiro.
Nega Lilu: Além das grandes editoras que representam
autores do Sudeste, em geral, este ano não se viu a representação das outras
regiões. Por quê?
Izaura: É
sintoma dessa luta. Quem esteve no Parque Anhembi deve ter sentido falta dessa
diversidadde. Havia um estande para as editoras gaúchas, patrocinado pelo
governo estadual. Nenhuma outra iniciativa do gênero. Sinto falta deste
trabalho realizado também em Goiás. Não somente de um evento literário
relevante ou uma feira que pudesse levar um movimento parecido para o Estado,
mas de programas de apoio ao intercâmbio dos autores.
Nega Lilu: Do ponto de vista dos negócios, a presença
na Bienal foi vantajosa para a R&F Editora?
Izaura: Fui
pra São Paulo com agenda pré-definica com editores estrangeiros. Minha meta é levar
a nossa literatura para fora do Brasil. A R&F Editora busca outras
fronteiras. Estamos em negociação com oito editores de diversos idiomas. O
objetivo é a venda de direito autoral dos livros de nossos autores. Em 2013, participamos
da Feira de Livros de Frankfurt e um universo de abriu para nossos autores.
Nega Lilu: O que mudou pra vocês?
Izaura: Frankfurt
é a maior feira de venda de direitos autorais do mundo. No ano passado, a
convite da Câmara Brasileira do Livro (CBL) mantive meu primeiro contato com a Brazilian
Publishers, um projeto importante, um bureau
de exportação de literatura. Começou assim a minha relação com o Grupo de
Trabalho que me possibilitou garantir um módulo no estande brasileiro para a
feira este ano também. Já despachei nossos livros para a Alemanha e, no ano que
vem, estaremos na França.
Nega Lilu: Qual é a linha editorial da R&F
Editora, que tipo de livro vocês publicam?
Izaura: Há
15 anos começamos os nossos trabalhos, em Goiânia. Primeiramente, publicamos literatura
infantil, mas a demanda de prestar serviço e acolher autores nos obrigou a ter
um catálogo eclético. No entanto, fazemos análise editorial que verifica se há
algum tipo de conflito ideológico. Para acomodar diferentes gêneros, então criei
selos.
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