Corpo Papel expõe retratos de tatuados com texto de autora goiana

sexta-feira, fevereiro 15, 2013




Em sua primeira exposição individual, Corpo Papel, Lu Barcelos se desafia no registro das Humanidades. Entre  21 de fevereiro e 21 de março, na Potrich Galeria, em Goiânia, a fotógrafa apresenta retratos de 10 das 21 pessoas tatuadas com textos do livro Sem Palavras, durante três happenings, realizados pelo Coletivo Esfinge, com a participação de oito tatuadores. Corpo Papel conta com o apoio da Lei Municipal de Incentivo à Cultura.

O primeiro portrait é resultado de livre expressão da ansiedade própria do momento que antecede à realização da tattoo, um tempo de reflexão, significação e troca de impressões sobre a breve história romântica de Nega & Lilu, ficção escrita pela jornalista Larissa Mundim, de onde os textos tatuados foram retirados. “Nesse primeiro momento, os retratos foram feitos de forma muito livre, sem direção, entregue aos humores do dia”, lembra Lu Barcelos.

Meses depois, a fotógrafa foi desafiada a revelar, no segundo retrato, emoções compartilhadas ou não (mas presentes), sobre as marcas deixadas na epiderme pela tatuagem. Lu Barcelos conta que, na companhia de Larissa Mundim, a segunda sessão de fotos se propôs a uma “conversa íntima” com cada participante do projeto. “A proposta era capturar e registrar o estado atualizado daqueles corpos transformados pela obra e impactados pelo tempo”, explica.

Formada em Comunicação Social – Rádio e TV, pela Universidade Federal de Goiás, Lu Barcelos é fotógrafa especialista em retratos (portraits). Tem colaboração em projetos de Dança, de Música e de Artes Visuais, principalmente no campo da performance e da street art. Fundadora do estúdio Chocolate Fotografias, em Goiânia, é atuante na fotografia institucional e publicitária. É fotógrafa oficial do Coletivo Esfinge.

Literatura
Para a autora do texto das tattoos, Corpo Papel é uma das ações mais poéticas dentre as desenvolvidas pelo Coletivo Esfinge para comentar, transformar e difundir o livro Sem Palavras, no campo das Artes Visuais, Artes Cênicas, Audiovisual, Música, Literatura, Design e Comunicação. “É mais uma tentativa romântica de aprisionamento do instante, fala sobre a infinitude e a efemeridade, uma genuína demonstração de carinho pelo que fica do Amor”, comenta a escritora, que terá seu livro lançado em maio de 2013.

Sem precedentes na cena da arte contemporânea, a Literatura permeia o projeto Corpo Papel, que integra body art (arte corporal), com happenings, outra forma de manifestação artística de nosso tempo, que se utiliza do efêmero como poética. “A fotografia surge transversal no registro do ato e da memória e resulta em produto artístico final”, arremata Lu Barcelos.


Segundo pesquisa realizada pelo Observatório Pesquisa de Comportamento, sob a coordenação do psicólogo Rui Melo, em novembro de 2012, entre as oito ações do Coletivo Esfinge, Corpo Papel é a mais popular. O projeto já demonstrava sua força quando começou a ser divulgado nas mídias sociais, ampliando significativamente as redes do blog Nega Lilu (portal difusor de informações do grupo) e provocando considerável reação de pessoas, com perfis diversos, que manifestaram o desejo de ter, gravado para sempre na pele, um texto “que significasse”.

Tatuagem

O projeto foi viabilizado com o apoio de oito tatuadores profissionais, atuantes na capital goiana, em 2012. “De cara reconhecemos que este era um projeto importante para as pessoas envolvidas e para a difusão da tatuagem, num contexto positivo e de repercussão enorme”, relata Jander Rodrigues. Além do proprietário do Jander Tattoo Estúdio, também participam Layz Alencar, Paula Damme des Chat, Ramon Santamaria, Rejane Olig, Virgínia Regozino, Wilson Junior e Yanomani Ami. 

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