Jovens amores, evoé!
sexta-feira, maio 23, 2014
Giovana estava lavando a louça quando entrei pela
primeira vez no Evoé Café com Livros, dando de cara com Maria Bethânia. A
garota havia me convidado para conhecer o lugar, instalado na tradicional
Galeria Central, na Rua 3 de Goiânia. Oportunidade também da gente combinar
minha participação no projeto Poesia Cotidiana, que promove bate papo entre artistas
contemporâneos e o público daquela livraria-café.
Naquele fim de tarde, nos fazia companhia um músico
simpático que revelou ter tomado uma atitude importante na vida. Experimentamos
o café coado pela Giovana ouvindo as histórias de cada um. Percebi de cara que,
além da vocação para empreendedora, aos 19 anos, ela também sustentava talento oracular.
Cavernas assim me atraem e vou ficando até fechar.
![]() |
Fotos: Marcus Turíbio |
Voltei ao Evoé esta semana para o encontro marcado,
quando tive a chance de, mais uma vez, falar sobre Nega & Lilu, sobre o
livro Sem Palavras, o Coletivo
Esfinge e os processos criativos da obra que derramou da literatura para as
outras linguagens artísticas e que vem sendo esmerilada nas mídias sociais.
Esparramado no puff, estava o ator Thiago Moura,
companheiro que dirige o Grupo Bastet de Teatro, leitor responsável pela primeira
venda online da Nega Lilu Editora. Apesar de ter carregado consigo o livro para
a Europa, confessou que não havia conseguido se prender na leitura. Superação é
característica do rapaz e, somente por isso, prometeu sem precisar prometer
nada que leria a história das meninas, imediatamente, porque se sentia
estimulado. Até cheguei a recomendar que não atacasse o romance com muita
avidez, porque intensa já é a trama. Dois dias depois, me deu notícias de
missão cumprida.
O poeta Carlos Edu Bernardes foi me prestigiar
novamente, que lisonja. Falamos sobre ousadias despretensiosas do romance que é
meu projeto literário inaugural. Nunca enfrentei dificuldades por isso, não
tive a intenção de ser provocativa, simplesmente deixei a história fluir,
garanti a ele.
O fotógrafo Marcus Turíbio estava lá para registrar
o encontro, que reuniu cerca de 20 pessoas, confortavelmente soltas no andar de
cima, enquanto a Giovana ouvia mais algumas façanhas e contava outras, no
térreo. O artista plástico Mário Cavalcanti, o psicanalista Wally Alves, o
músico Guto Sansaloni, a militante das causas sociais Ju Mendonça, a produtora cultural Giselle Carvalho, estudantes como Henrique Manoel Castro, Larissa Motta, Wender
Alves, Larice Hikato (com o amigo Silas Alves) e Elvis Santtana − o garoto que não acredita na existência
do Amor−, entre outras pessoas que vi pela primeira vez me receberam tão bem! De
butuca na escada, estava o Terrorista da Palavra, Leo Pereira.
Encerramos sem encerrar aquela conversa que
começava a ficar frouxa com ótimas perguntas sobre a liquidez de nossos tempos,
menções a Bauman e Barthes. Mas a Galeria Central fecha às 19 horas e, na
quarta-feira, Giovana passou o último café para habitués com o estabelecimento já fechado, porque estávamos
felizes. Pelo mesmo motivo, ela resolveu deixar a louça para o dia seguinte. Sábia.
7 comentários