Na cama com Lilu

quinta-feira, outubro 04, 2012


Fica, fica, fica...

Uma mulher regida por estímulos sensoriais não tem manual para aquecimento e não responde às FAQ topa tudo e topa nada também. Mas aquela desejava ser seduzida e poderia se entregar, se houvesse, além de tesão, reciprocidade, leveza, paixão, inteligência e compreensão.

De sensualidade aflorada, Brisa Marin era uma pessoa solta, que tinha sempre alguém em vista, gente credenciada a se juntar a amantes cultivados com inanição ao longo de anos, espalhados estrategicamente por todo o território nacional. A eles e a elas, dedicava-se integralmente, oferecendo todo o amor para cada um. Da linhagem de Gabriela, era puro proveito e fama.

E isso a Nega aprendeu. Porque a cama com Laura Passing foi especialmente memorável. Era onde Lilu se entregava ao naturalismo, ainda que seu sexo idealizado se aproximasse mais de Nin do que de Miller, obviamente, mantendo-se distante de Bukowski.

A lembrança erotizada de poucas e boas trepadas com a Nega deveria acompanhá-la até seus últimos dias. Porque não se esquece facilmente e depois de um tempo sempre recordamos do coração pulsando entre as pernas, lençóis molhados, corpos suados galopantes, sangue nas veias tingindo a face, gemido sem pudor, desidratação iminente, aroma do mel rescendendo no quarto.

A vigésima primeira Mensagem na Garrafa fala mais sobre a Flor de Cajueiro e, na capital tocantinense, registra seu desejo consumado na cama com a Nega, sem portas trancadas, sem conter a voz, sem segurar a respiração ofegante, sem tempo para acabar. Perenizados, aqueles beijos serão inesgotáveis.

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