E não há como alcançá-las
quarta-feira, novembro 14, 2012
A ausência de saciedade
característica de Laura Passing era como um presságio de solidão. Pois se
sentia desabitada imediatamente após a saída de Brisa Marin do
escritório, do carro, da cama e, um tempo depois, daquele pensamento que
inaugura o dia. A verdade é que a Nega nunca se fartou de Lilu. Havia sempre a
fome, a convivência com a inanição e, entre trauma e sobrevida, nutria constante
desejo de sequestro consentido e escape fantástico.
Brisa correspondia e queria estar
junto, no entanto, para ela a fuga se consumava, diariamente, mesmo sem deslocamento
para a silenciosa alcova. E assim, acabava devorada, enquanto tomavam um chá, no
passeio pela cidade, em ligação telefônica matinal, no chat madrugada adentro, em
palavras sinceras sendo ditas rapidamente em todo lugar. Mas chegou o carnaval.
E foi para o Rio de Janeiro, a
cidade de inútil paisagem, a vigésima segunda mensagem na garrafa do circuito
original de intervenções urbanas que vêm sendo realizadas a partir da obra de
Mateus Dutra e Larissa Mundim, por cidades de todo o mundo. Confira aqui as
fotos do trabalho realizado pelo bailarino Andrey Alves, interventor da ação
que não inclui Pão de Açúcar, Cristo Redentor, Dois Irmãos, Praia de Ipanema...
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