Pra sempre cantar
segunda-feira, junho 24, 2013
A hipótese de conhecer o lugar
onde todos chamavam Lilu, Lilu, Lilu... me levou ao encontro de um desconhecido. Rodrigo Ungarelli, que guarda em si a doçura e a fúria, me
emocionou pela primeira vez, ao compartilhar o sonho daquela noite, que imediatamente
visualizei tão cheio de cores. Lewis Caroll estava presente enquanto tomávamos café,
estudando o território um do outro, encontrando afinidades, aconchego na fala, carinho
no olhar. Para ele, entoar o mantra era evocar o Amor por meio de um só nome.
A partir do registro audiovisual
feito por Ungarelli em fevereiro de 2012 e dividido em cinco partes publicadas no blog NEGA LILU, o
Coletivo Esfinge estimulou a produção espontânea de outros vídeos com
releituras do canto da Nega, num presságio de desconexão da Flor de Cajueiro.
Pedalando de casa para o trabalho
e do trabalho para casa, José Villaça trouxe Lilu consigo, intermitentemente,
dominante nos pensamentos. Também circulando pela cidade, Nat Mundim e Cris Almeida procuraram por todo canto: Lilu, Lilu, Lilu.
A intensidade é uma qualidade
presente no vídeo produzido por Flavio Yoshida, não disponível no momento, cujo mantra vem acompanhado do
gesto que delata uma presença que não ocupa incólume o peito.
Explosão, ansiedade pela entrega
e reticências. Nem sei bem como classificar a performance de Lucas Sharaya (não disponível no momento) para
o mantra que encontra composição com outras canções integradas ao universo de
Nega & Lilu.
No Rio Grande do Sul, o canto
também se fez ouvir coreografado, no vídeo produzido por Ândrea Rodrigues e Luana Arrieche. Em Belo Horizonte, José Villaça compõe um segundo trabalho, com
declaração de saudade, que me arrepia pra sempre de ver e pensar.
Em processos muito íntimos, o
mantra serviu ainda para marcar a despedida dos amigos, para Lucas Martins; também para ilustrar as palavras
da autora que descreve um certo celular que piava “Lilu”, com participação muito especial de Ismaura Mundim.
O canto metálico entoado por Lucas
Sharaya foi trilha sonora para a performance Alteza, de Ronan Gonçalves,
durante a Cow Parede Goiânia, e em uma segunda produção tão simbólica, que faz
menção ao livro Sem Palavras, única fonte criativa para as ações do Coletivo
Esfinge.
Também merecem destaque dois
mantras imagéticos, ilustrações produzidas por Valdo Carvalho e Marcus Camargo.
No Rio Grande do Norte, Nat
Mundim e Cris Almeida voltaram a procurar Lilu, num cenário realista-fantástico,
sob a sombra do cajueiro maior do mundo. Excentricidade pura!
E finalizando o projeto, eis que
trazemos o quinto e derradeiro vídeo gravado espontaneamente por Rodrigo Ungarelli, o perturbador
da cachorrada, o encantador de beija-flor.
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