Operação Kamikaze registra trajetória do Coletivo Esfinge

terça-feira, novembro 03, 2015


A biografia Operação Kamikaze registra os cinco anos de atividade do Coletivo Esfinge, fundado em Goiânia/GO e atuante em todo o mundo, no território das artes visuais, artes cênicas, audiovisual, literatura, design e comunicação, entre 2009 e 2014. Publicado pelo selo literário Eclea, da Nega Lilu Editora, com apoio da Lei Municipal de Incentivo à Cultura, o terceiro livro da jornalista Larissa Mundim será lançado no dia 6 de novembro de 2015 (sexta), às 20 horas no Evoé Café.

Mais de 100 pessoas integraram o Coletivo Esfinge, autor de intervenções urbanas realizadas em 16 países de quatro continentes, por meio do projeto Mensagem na Garrafa. O grupo também promoveu a ação de body art Corpo Papel, que resultou em três happenings e 21 corpos tatuados. A Fuga é o nome da série de sete performances públicas catalogadas que levou para as ruas gente fantasiada, cumprindo agendas rotineiras como cinema, compras, um café para a troca de ideias. Entre outras atividades, também merece destaque a montagem e circulação do espetáculo de dança contemporânea Nega Lilu, sucesso de público e crítica que estimulou a criação da Nega Lilu Cia de Dança.

Mensagem na garrafa: intervenção em Bogotá, Colômbia.


Corpo Papel: três happenings e 21 corpos tatuados com textos do livro Sem Palavras.

Coreografado por Valeska Gonçalves, o espetáculo "Nega Lilu", da Nega Lilu Cia de Dança.
A Fuga é o conjunto de sete performances públicas catalogadas.
Ancorado na web e movimentando a cena cultural da capital goiana, o Coletivo Esfinge teve como desafio comentar, transformar e difundir o romance de ficção Sem Palavras, antecipando seu lançamento, realizado no final de 2013. Sem Palavras é, portanto, fonte única de inspiração para o trabalho do grupo, que encerrou atividades em agosto de 2014.


Escrito por Larissa Mundim e Valentina Prado, o livro Sem Palavras fala de Amor e da busca da plenitude no nosso tempo, composto integralmente por chats e e-mails trocados entre duas personagens – Nega e Lilu –, durante relação afetiva intensa e breve. “A arquitetura e a estética de Sem Palavras eram uma evidência de que aquela história não caberia numa linguagem só e pedia desdobramentos, atualizações, outros suportes, buscando um jeito de permanecer viva”, ressalta Larissa. Para a coautora, o livro é toda a obra.

Bastidores
Escrito em primeira pessoa, com depoimentos diversos agregados à narrativa, Operação Kamikaze traz a público os bastidores dos processos criativos, motivações, o desafio da gestão coletiva e da captação de recursos financeiros, projeções e consecuções da obra entregue ao acaso. O trabalho de pesquisa foi subsidiado pelo arquivo textual e imagético do blog Nega Lilu e teve base no testemunho de integrantes do coletivo e de agentes externos.


Impresso em policromia e com cinco modelos distintos de capa, o livro é composto por acervo fotográfico e audiovisual completos. Quem assina o prefácio da biografia é o artista visual Enauro de Castro que, de forma surpreendente para a autora, faz um resgate do papel fundamental da literatura – principal agente provocador das ações do Coletivo Esfinge –, obscurecida à medida que o trabalho do grupo foi avançando. “Mais do que registrar a memória, busquei acessar e trazer à tona a visão crítica sobre o trabalho, um exercício pouco praticado por artistas e produtores culturais em Goiás, sem desconfortos”, comenta a jornalista.

Operação Kamikaze tem narrativa cronológica, começa com a criação do blog Nega Lilu e termina com a abertura da Nega Lilu Editora. Além de transcorrer por todas as atividades do Coletivo Esfinge, Larissa Mundim compartilha com o leitor processos criativos, bastidores da relação com os colaboradores do grupo, resultados obtidos a partir do contato com o público e por meio de pesquisa quantitativa, planejamento, metodologia de trabalho, acertos e erros da estratégia de comunicação.

“Eu tinha certeza de que, assim que as pessoas tomassem conhecimento do trabalho da Nega Lilu, elas iriam se apaixonar. Porque é tudo muito bem articulado, a gente vê ali muita dedicação e profissionalismo conduzindo cada detalhe. Era óbvio que daria certo, se as decisões corretas fossem tomadas. E sabemos que isso não é algo fácil de se fazer. Motivo maior de reconhecimento do mérito do Coletivo Esfinge”, opina o jornalista Rodrigo Oliveira, cuja colaboração foi registrada em Operação Kamikaze.

Entre os principais colaboradores estão a coreógrafa e bailarina Valeska Gonçalves, a designer Lara Vaz, a produtora cultural Nat Mundim, a fotógrafa Lu Barcelos, o artista visual Mateus Dutra, o arquiteto e videomaker Edinardo Lucas, o tatuador Jander Rodrigues (Jander Tattoo). “O coletivo era realidade e nos habituávamos aos processos, aos novos integrantes e à importância do que estávamos fazendo. Tudo com muita cumplicidade para que as ações dessem o resultado esperado e que ficassem de acordo com os desejado”, lembra o publicitário e designer gráfico Paulo Batista, que também tem papel de destaque no Coletivo Esfinge.

Também não fica de fora do livro o conteúdo publicado no blog Nega Lilu, laboratório literário que provocou a fundação do Coletivo Esfinge. “Para além do aspecto documental que esta biografia tem, reconheço Operação Kamikaze como um registro bastante atual dos impactos da cibercultura sobre nossas vidas, na forma como pensamos e agimos”, arremata a autora. Segundo ela, sem a Internet, o trabalho do grupo não teria cumprido a missão de comentar, transformar e difundir e, provavelmente, não teria existido.


Serviço
Lançamento do livro Operação Kamikaze (Selo Eclea – Nega Lilu Editora)
6 novembro (sexta) – 20h, Evoé Café (Rua 91, 489, Setor Sul)

Entrada franca

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