Sem título │ Jaime Brasil (RR)

terça-feira, janeiro 24, 2017

De uma boa chuva, é disso que o nosso limoeiro precisa. Mas não é tão simples.
Tem gente que se culpa por se sentir feliz. Se tá tudo bem, sente que há alguma coisa errada. Aí deixa de molhar o limoeiro na estiagem para ter um motivo pra não ter limões. E põe a culpa na chuva que não veio.
A cor que satura mais é o encarnado. De chama e afago. De malagueta. Que lembra groselha e batom. Dessa é que eu gosto.
A dor da morte é pra quem vive; a dor do parto é pra quem vive. Quem teme a dor, quem teme a vida?
Ganhamos tantos campeonatos e nunca estamos fartos.
Doravante, usarei uma túnica de tarântulas tântricas, dessas imensas que passeiam pelas panelas sujas, esquecidas nas pias das repúblicas de estudantes. Direi algumas palavras sem sentido e que parecerão proféticas, para que todos se acalmem.
De minha parte, não porei a culpa em nada.
Doravante, farei chover.

Foto: Lu Barcelos


 Jaime Brasil é poeta e Defensor Público, em Boa Vista (RR). Sempre foi dado às palavras. Em 2014, lançou em São Paulo o livro “Não”, pela Editora da Casa, prefaciado pelo poeta Luiz Roberto Guedes, com capa da artista visual Ina Carolina. Teve um poema publicado no livro “70 Poemas para Adorno”, organizado e produzido por Vítor Sousa, e lançado no Festival Literário da Madeira, Portugal. É articulista da Folha de Boa Vista. Gosta de exageros, de mágicas revoluções e transcendências.

Canais do Jaime:
facebook.com/jaime.brasilfilho



Lu Barcelos (GO) é fotógrafa e radialista. Proprietária do estúdio Chocolate Fotografias e, desde 2008, atua na área de fotografia das artes em movimento (Artes Cênicas, com especialidade na dança) e fotografia autoral. Idealizadora dos cadernos Bacanuda. Integra o Coletivo Fotográfico Olhares do Cerrado e a Associação FOTOTECH. Pós graduanda em Processos e Produtos Culturais, pela FAV-UFG.

Canais da Lu:
@chocolatefotografias
@bacanuda
@lu_barcelos


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