Nossas razões – Parte 1
sábado, novembro 02, 2013
Além da temática, arquitetura e estética
contemporâneas, Sem Palavras também se
coloca à disposição do leitor em condições que são muito próprias do nosso
tempo. Antes de ganhar forma física, todo o conteúdo do livro foi disponibilizado na
web, se propondo a percorrer um caminho de encontro com o leitor inverso ao
tradicionalmente praticado pelo mercado literário.
A crise provocada pelas novas tecnologias saiu
na frente no mercado fonográfico, diante do movimento sem volta de democratização
da música por parte dos próprios artistas e do consumidor. Mas o negócio
livreiro ainda se mantém, aparentemente, “apegado ao papel”, provavelmente por
estar regido por articulações informais, ancoradas em prestígio, no Brasil. Menor
é o potencial de avanço em território inseguro.
Assim, tanto a cultura arraigada quanto meandres
instituídos pela gestão desatualizada, pela logística podem submeter o acesso à
obra a limites que ela não mais necessita ter. Não falo em favor da desvalorização
do clássico, do tradicional, muito pelo contrário, no entanto, acredito que o
convencional deva ser desprezado, enquanto condição de sobrevivência. Sou
favorável à busca de alternativas de circulação com preservação da qualidade,
porque o livro necessita chegar ao leitor para seduzi-lo (ou não).
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