O romance de ficção Sem Palavras, de Larissa Mundim e Valentina Prado, é um projeto despretensioso enquanto obra literária, apesar de ousado. O que existe de mais importante em torno de sua publicação é o compromisso firmado com a ideia de contar uma história. Foi assim que dei início à conversa com o público presente ao Centro Cultural Banco do Brasil de Brasília, no dia 17 de dezembro de 2013, para o lançamento nacional do livro, representado pela Nega Lilu Editora.
Minutos antes, a Nega Lilu Cia de Dança havia apresentado o espetáculo Nega Lilu, a convite do Festival Internacional da Nova Dança, dirigido por Giovane Aguiar, que também incluiu na programação a agenda literária. No bate papo, dividi a fala com a bailarina e coreógrafa Valeska Gonçalves, que teve acesso à obra para a concepção do duo contemporâneo no qual ela divide a cena com a bailarina Flora Maria.
Expliquei que o conto era o primeiro ponto de partida para a escrita do romance, uma história dentro de outra história. Mas aquela que é mais curta acaba primeiro e continua existindo o universo do entorno que a inspira, habitado por Laura Passing e Brisa Marin (Nega e Lilu, respectivamente), autoras de conteúdo autoficcional baseado em estímulo positivista. Só lendo Sem Palavras pra entender melhor... Mas diante de todas as artimanhas técnicas e estéticas para se criar um obra atual como esta, o que importa mesmo é o Amor. Eu disse isso várias vezes de diversas formas, em Brasília.
Para o público que prestigiava a primeira palestra sobre o livro "fora de casa", eu confirmei que a história de Nega & Lilu é dedicada a todos que têm interesse na temática mais recorrente de todos os tempos. Aquela que movimenta as pessoas mais do que dinheiro, que indica rumos na vida de todos nós, que nos leva ao inferno e ao céu. É só o Amor.
Aproveitando a oportunidade, também contei pras pessoas que estavam mantendo contato inicial com a obra sobre a existência do Coletivo Esfinge, este grupo de mais de 100 pessoas que, em todo o mundo, protagonizam ações que comentam, transformam e difundem a história das meninas, nas Artes Visuais, Artes Cênicas, Audiovisual e também na Literatura. Sempre me esforço para compartilhar com as pessoas o meu entendimento de que Sem Palavras é mais do que um livro e que, inversamente, toda a produção artística, que o tem como fonte criativa, resultante do trabalho coletivo nas outras linguagens artísticas também é Literatura, num contexto de bordas tensionadas e rompidas.
Convidei todo mundo à leitura de meu primeiro livro que passei a chamar, naquele dia mesmo, de coleção de sutilezas. Você também é meu convidado.
Convidei todo mundo à leitura de meu primeiro livro que passei a chamar, naquele dia mesmo, de coleção de sutilezas. Você também é meu convidado.
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Sem Palavras
é um romance literário de ficção que tem como fio condutor a concepção
processual de um conto, que é escrito a quatro mãos com fundamentação
positivista – a experiência como método. Começa assim o envolvimento de Laura
Passing e Brisa Marin, numa relação fluida, que se desloca e transborda,
marcada pela urgência e pela fragilidade dos encontros no nosso tempo.
O
lançamento nacional do livro Sem Palavras
(Nega Lilu Editora), escrito por Larissa Mundim e Valentina Prado, está marcado
para 17 de dezembro, às 21 horas, no Teatro 1 do Centro Cultural Banco do
Brasil, em Brasília. O evento integra a programação do Festival Internacional
Nova Dança, que apresenta nos dias 17 e 18 de dezembro, o espetáculo Nega Lilu da Nega Lilu Cia de Dança
(GO), baseado em Sem Palavras. No dia 19 de dezembro (quinta), a Haus-Livros, Vinhos e Arte promove o lançamento do livro, a partir das 19 horas, na loja do Sudoeste, também em Brasília.
Inspirado na cultura e na arquitetura do ciberespaço, a obra se constrói a
partir da correspondência, por e-mails e chats, entre as personagens. A
virtualidade da presença, possibilitada pelas novas mídias, permite que a
narrativa se desenvolva transitando entre a metalinguagem e uma “estética da
esquizofrenia”, à medida que Laura e Brisa se tornam Nega e Lilu, coexistindo
em dois níveis de ficção, uma vez que o conto está contido no romance
literário.
Sem Palavras é o ponto de partida para uma intensa vivência artística, com
duração de três anos e meio, que partiu da Literatura para o campo das Artes
Visuais, das Artes Cênicas, do Audiovisual, da Música, do Design e da
Comunicação. “Porque a história de Nega & Lilu jamais caberia numa
linguagem só”, ressalta a autora e jornalista Larissa Mundim.
O romance de
ficção Sem Palavras foi escrito entre
novembro de 2009 e novembro de 2010 e agora vem a público após ter sido
anunciado por uma série de ações do Coletivo Esfinge, criado para comentar,
transformar e difundir este livro, originando novíssimos produtos artísticos.
Entre
outras atividades do grupo, merece destaque o projeto Corpo Papel, com 21
corpos tatuados com fragmentos do livro. A ação Mensagem na Garrafa provocou uma
série de intervenções urbanas, realizadas em 16 países (quatro continentes). E
ainda, a montagem de um espetáculo baseado na obra literária, que resultou na
fundação da Nega Lilu Cia de Dança, que tem como coreógrafa a bailarina da
Quasar Cia de Dança, Valeska Gonçalves.
Segundo Larissa
Mundim, a proposta da obra tem base na criação em conjunto, em colaboração e
coautoria. “Sem Palavras foi o
primeiro trabalho concebido desta forma e o último a ser apresentado, fechando
um importante ciclo criativo”, reflete. Toda a vivência artística,
compartilhada por mais de 100 pessoas em todo o mundo, está documentada no blog
NEGA LILU: www.negalilu.com.br .
SERVIÇO
Lançamento
Nacional: 17 de dezembro 2013
Teatro 1 – Centro
Cultural Banco do Brasil, Goiânia/GO
Valor do livro:
R$ 40,00
Editora: Nega
Lilu Editora
Vendas: www.negalilu.com.br
Política pública para Cultura
Sociedade civil indica lista tríplice para o Conselho Municipal de Cultura
A
votação para o novo Conselho Municipal de Cultura conta com 62 delegados e 28
candidatos a conselheiros, representando os seguintes segmentos: artes cênicas,
artes visuais, audiovisual, música, literatura, terceiro setor e humanidades. O número total de votantes foi 54.
A
partir do processo eleitoral, cada segmento terá uma Lista Tríplice definida, com três
nomes indicados. O nome mais votado é eleito pela sociedade civil para ocupar
uma cadeira no Conselho Municipal de Cultura. Os outros dois ficam à disposição
como suplentes.
Sete
candidatos foram eleitos hoje pela sociedade civil. Outros sete serão indicados
pela Secretaria Municipal de Cultura nos próximos dias. A secretária Glacy
Antunes é a décima quinta integrante do Conselho Municipal de Cultura.
Confira
aqui a lista dos candidatos mais votados em cada um dos segmentos:
Artes
visuais: José César (26 votos)
Artes
cênicas: Norval Berbari (32 votos)
Audiovisual:
Carlos Cipriano (26 votos)
Humanidades:
Maneco Maracá (19 votos)
Literatura:
Gabriel Nascente (29 votos)
Música:
Giovana Carneiro (16 votos)
Terceiro
Setor: Aloísio Black (30 votos)
A Lista Tríplica será divulgada pela Secretaria Municipal de Cultura.
"O papel dos
Conselhos é conciliar interesse, visões, propostas, não é pra dar conselho pra
ninguém", observa o Conselheiro Nacional de Cultura e bonequeiro, Chico Simões,
durante a Conferência Extraordinária
Municipal de Cultura, que está sendo realizada hoje, no Instituto Federal de
Goiás. Para compartilhar reflexões sobre a missão mais atual dos conselhos de
cultura, a Secult convidou também o Secretário de Articulação Institucional do Ministério da Cultura, Bernardo Mata Machado.
Durante a palestra “A
construção do futuro Conselho Municipal de Cultura e sua importância
estratégica para o Sistema Municipal de Cultura”, Chico Simões ressaltou ainda que
é da natureza dos conselhos mediar discussões polêmicas, divergências e controversas.
“Porque a diversidade cultural é o que nos faz ser o que somos e este é o
desafio”, frisa.
Para
o Secretário de Articulação Institucional do Ministério da Cultura,
Bernardo Mata Machado, os Conselhos são também espaços de cobrança e demanda
para conquista de direitos sociais, políticos, econômicos, culturais. "Cooperação
é uma palavra-chave para a busca da solução de problemas específicos, a partir
da articulação entre agentes públicos, iniciativa privada, especialistas e
aqueles que são afetados pelas políticas públicas", completa.
Ainda
segundo ele, a democracia representativa já não contempla as necessidades do
mundo atual. "Só as leis não adiantam, é necessário que as pessoas topem jogar
e que as regras do jogo sejam compartilhadas", defende Mata Machado.
Na
parte da manhã, o escritor Edival Lourenço, integrante do Conselho Municipal de
Cultura, apresentou um relatório de atividades da gestão que se encerra no dia
31 de dezembro. Após o almoço, as pautas da conferência são as seguintes:
leitura, discussão e aprovação do Regimento da Conferência Municipal
Extraordinária de Cultura e eleição da Lista Tríplice para composição do
Conselho Municipal de Cultura.
Política pública para Cultura
Plano Municipal de Cultura é prioridade para novo Conselho Municipal de Cultura
A nova gestão do
Conselho Municipal de Cultura (CMC) tem uma missão importante: colaborar para a
elaboração do Plano Municipal de Cultura (PMC), que tem como objetivo organizar as políticas culturais para Goiânia, dando
continuidade a elas independentemente de mudanças de governantes.
Os novos
conselheiros, representantes dos diversos segmentos culturais e indicados pela
sociedade civil, serão conhecidos hoje, ao final da Conferência Municipal Extraordinária de Cultura, que começou às 9h30, no auditório do Instituto Federal de Goiás (IFG).
O Sistema Municipal de Cultura (SMC) faz
parte das metas e ações do Plano Municipal de Cultura (PMC) e também será
implantado em 2014. Para dar início a este processo, em junho, a Prefeitura de
Goiânia aderiu ao Sistema Nacional de Cultura.
Na
abertura oficial do evento, a secretária municipal de Cultura, Glacy Antunes,
ressaltou a responsabilidade dos delegados participantes da conferência na
eleição dos conselheiros que vão se dedicar à elaboração dos marcos legais capazes
de consolidar a política pública cultural em Goiânia. “Esta é a missão principal dos novos
conselheiros”, afirmou a secretária.
No período de inscrições para a conferência, a Secult recebeu 84 inscrições sendo que 14 delas não foram homologadas pelo atual Conselho Municipal de Cultura, conforme termos do regimento interno da Conferência Municipal Extraordinária de Cultura.
Foto: Lu Barcelos |
Um comentário sobre o Amor e a busca da plenitude, numa perspectiva pós-moderna, inspira o espetáculo Nega Lilu, baseado no livro Sem Palavras de Larissa Mundim e Valentina Prado. Selecionado para o 2º Ato do Festival Internacional Goiânia em Cena, que começa na quinta, o duo de estilo contemporâneo encerra a primeira semana de apresentações, no dia 8 de dezembro (domingo), às 20 horas, no Teatro Goiânia Ouro, em Goiânia. (confira abaixo programação completa)
Nega Lilu é o trabalho inaugural da Nega Lilu Cia de Dança, que tem como
coreógrafa a bailarina carioca, Valeska Gonçalves, que também integra o elenco
da Quasar Cia de Dança (GO). Neste
trabalho, ela propõe a materialização de estados emocionais que rondam a breve
história romântica de Nega e Lilu. A movimentação concebida pela coreógrafa
valoriza as sutilezas concentradas em detalhes, a riqueza dos signos gravados
no corpo (como lembranças ou tatuagens), mantendo contato com a narrativa de Sem Palavras sem, necessariamente,
cumprir o papel de contá-lo ou recontá-lo.
“Não
trabalhamos definindo quem é a Nega e quem é Lilu na história, nosso desafio
foi buscar aproximação do universo de sentimentos que atravessam um grande
amor”, esclarece a coreógrafa. Em cena, o espetáculo traz contornos da
individualidade do ser humano em relacionamentos a dois, a três e, como em todo
envolvimento afetivo que tem momentos de distanciamento e de sintonia, Nega e
Lilu na dança chegam a ocupar o mesmo corpo.
O
processo criativo do espetáculo teve base no conteúdo de domínio da autora de Sem Palavras, a jornalista goiana
Larissa Mundim. Trabalhando de forma coletiva e autônoma, a equipe buscou
detalhes pessoais de Nega e Lilu, fazendo observação do comportamento das
personagens de ficção no contato com o outro. “Saber como elas se vestem e como
se divertem, conhecer a forma como sentem o amor foi fundamental para trazer
humanidade para o trabalho”, lembra Flora Maria, bailarina que integra o elenco
ao lado de Valeska Gonçalves.
O
desenho de luz, na concepção do reconhecido coreógrafo Henrique Rodovalho
(Quasar Cia de Dança), dialoga de forma integrada com o cenário, tecendo sutis
comentários. Recursos alternativos de iluminação de cena, com luminárias
diversas, também criam ambiência narrativa. “Toda a concepção do espetáculo
ganha um toque de intimidade”, diz Rodovalho.
O
figurino concebido por Ana Christina da Rocha Lima (Café Coreto) tem cores
sólidas que contrastam com a pele exposta. Determinante na construção do estado
das personagens, contém elementos que remetem à doçura e à sedução presentes na
estética pin up. “A provocação é sempre o
texto”, reflete Ana Christina. O
figurino veste também paixão incandescente e a dor lancinante da separação, com
a elegância que é própria da história em sua origem.
Para
definir a trilha sonora do espetáculo, Valeska Gonçalves teve como fonte
inicial de pesquisa as canções que marcaram os momentos de intimidade de Nega e
Lilu, apresentada ao leitor de Sem
Palavras. No processo seletivo da montagem coreográfica, emergiram Orlando
Silva, Benito de Paula, Mart’nália, entre outros, que se juntaram a Depeche
Mode, Adele, The
Puppini Sisters,
numa sequência pop e eclética.
Sem
Palavras
Inicialmente, o
espetáculo de dança Nega Lilu foi
concebido como uma ação do Coletivo Esfinge, um grupo de mais de 100 pessoas,
protagonizando projetos, nas diversas linguagens artísticas, que comentam,
transformam e difundem o livro Sem
Palavras. Iniciado em janeiro de 2011, o projeto tem abrangência nacional e
internacional, com desenvolvimento também no campo das Artes Visuais
(fotografia, body art, performance, street art), Audiovisual, Literatura,
Música, Design e Comunicação.
Entre outras atividades do grupo, merece destaque
o projeto Corpo Papel, com 21 corpos tatuados com fragmentos do livro;
Mensagem na Garrafa, uma série de intervenções urbanas realizadas em 16 países
(quatro continentes); e a montagem de um espetáculo baseado na obra literária,
que resultou na fundação de uma cia de dança contemporânea, em Goiás, a Nega
Lilu Cia de Dança
Mais info: www.negalilu.com .
FICHA TÉCNICA COMPLETA DO
ESPETÁCULO SEGUE EM ANEXO.
Assessoria de imprensa: zeroum comunicação (9968
1658)
FICHA TÉCNICA
Coreografia: Valeska Gonçalves
Elenco: Flora Maria e Valeska Gonçalves
Design de Luz: Henrique Rodovalho
Figurino: Ana Christina da Rocha Lima
Figurino: Ana Christina da Rocha Lima
Make up: Flora Maria
Produção: Larissa Mundim
Fotografia: Lu Barcelos
Direção de Arte: Paulo Batista
Assessoria de imprensa: zeroum comunicação
Assessoria de imprensa: zeroum comunicação
PROGRAMAÇÃO – Goiânia em Cena / 2º ATO
20h – Teatro Goiânia Ouro
Nega Lilu
Dança, Adulto, 60 min, 14 anos
Nega Lilu Cia de Dança
Dia 09 – Segunda-feira
17h – Avenida Goiás (em frente
ao Grande Hotel)
Enraize-se
Performance Inédita,25 min.,
livre
Roberta Pereira de Miranda
20h – Escola Vivace
Desmundo
Performance
Inédita, 30 min, 12 anos
Poética
- Vivace
Dia 10 - terça-feira
18h, 19h e 20h – Teatro Goiânia Ouro
Bodas
Performance
Inédita, 20min., 12 anos
Coletivo
Experimental
20h – Escola Vivace
Desmundo
Performance
Inédita, 30 min, 12 anos
Poética
- Vivace
Dia 11 - quarta-feira
17h – Rua do Lazer
Duelo de
Ilusionista
Performance
Inédita, Circo, 45 min, livre
Asas do
Picadeiro - Trupe Show
18h30 – CC UFG – Sala de Exposição
Tempo (s) em Andamento
Performance Inédita, 25
min, 14 anos
Máskara e Teatro GTI
21h – Espaço Sonhus
Vamos a Lá Praia
Vamos a Lá Praia
Teatro/circo,
75min, livre
Grupo de Teatro Bastet
Grupo de Teatro Bastet
Dia 12 - quinta-feira
18h30 – CC UFG – Sala de Exposição
Tempo (s) em Andamento
Performance Inédita, 25
min, 14 anos
Máskara e Teatro GTI
19h – Praça Universitária
Enraize-se
Performance Inédita,25 min.,
livre
Roberta Pereira de Miranda
19h30 – Praça
Universitária
Duelo de
Ilusionista
Performance
Inédita, Circo, 25 min, livre
Asas do
Picadeiro - Trupe Show
20h30 – Praça Universitária
Coco de Folia e Cirandas
Música e Cultura, 60min.
Livre
Passarinhos do Cerrado
21h30 – Praça Universitária
The Dark side of the Moon – 40 anos
Espetáculo Muiscal,
60min., livre
Banda Cascavelvet
Dia 13 - sexta-feira
18h30 – CC UFG – Sala de Exposição
Tempo (s) em Andamento
Performance Inédita, 25
min, 14 anos
Máskara e Teatro GTI
21h – Espaço Sonhus
A Força da Terra
Teatro, Adulto, 50min, 14 anos
Grupo Sonhus Teatro Ritual
Grupo Sonhus Teatro Ritual
Nega lê. Lilu a observa. Olhar pidão.
Tem uma Casio nas mãos. Brinca com as teclas. Corre os hábeis dedos sobre elas.
Digita 50135.50738. Ri. Entrega a calculadora para Nega. “Que número é esse?” “Não
é número. São palavras.” Nega olha outra vez. Vira os olhos. Mensagem
decifrada. Fecha o livro. Apaga a calculadora. Tira a blusa. “São seus.” Lilu
suspira. E começa a mordiscar o coração de Nega.
Também de Ademar de Queiroz, leia: http://www.negalilu.com.br/2012/03/escultura-de-segall-e-minhas-duas.html
Ao ser convidada para a leitura dramática de Sem Palavras, a atriz Ana Cristina Evangelista demonstrou interesse inicial na experiência de encenar uma nova personagem. É que nos últimos anos, como integrante do Grupo Teatro Zabriskie, ela vem se dedicando à linguagem Clown, em trabalhos mais direcionados ao público infanto-juvenil. Mas este foi apenas um primeiro lampejo.
Eu disse a ela que não conseguia pensar noutra profissional mais adequada para o trabalho. Fui sincera, achando que o apelo também pudesse ser convincente mas, segundo ela − que alega não ser vaidosa −, a declaração influenciou bem pouco na decisão de aceitar o que eu havia proposto e de colaborar com o projeto ao ponto de redimensioná-lo diante do potencial identificado.
As razões de Ana Cristina Evangelista passam pela possibilidade de contarmos com a direção da cena pelo ator e dramaturgo Alexandre Augusto, também do Teatro Zabriskie. Ainda sensibilizou a atriz, que é pouco afeita à cultura cibernética, a oportunidade de revelar subtextos possivelmente contidos no conteúdo consolidado nos chats e e-mails trocados pela personagens de Sem Palavras, Laura Passing (Nega) e Brisa Marin (Lilu). Dessa forma, ela aponta outros caminhos para a conquista do leitor, estimulando a afetividade pela história, ampliando o acesso a partir da simplicidade.
Fotos: WA Imagem |
Nesta primeira edição do projeto, o público presente à FNAC Goiânia manteve contato com textos escritos por Larissa Mundim e Valentina Prado na etapa em que Nega e Lilu vivenciam a sedução, o encantamento da paixão, as delícias do encontro amoroso, os primeiros planos para o futuro da relação.
Para além do texto contido na correspondência das meninas, a leitura dramática levou à audiência outros conteúdos originais do livro, que se apresentam ao leitor nos anexos dos e-mails, como fotos, músicas, vídeos, criando ambiência para o universo literário ao mesmo tempo em que materializam a obra.
Nesta primeira experiência "kamikaze", como classifica a Ana Cristina, assumimos o risco de rodar o show em tempo real. Porque Sem Palavras tem muito de instantaneidade, o que confere coerência ao trabalho artístico (e produz adrenalina!). Somente uma primeira execução nos prepararia para o aprimoramento de detalhes técnicos.
A ideia é realizarmos outras leituras dramáticas, em formato semelhante, atentos aos resultados que podem dar origem à montagem de um espetáculo que seja um monólogo disfarçado. Já sabemos que as pessoas são capazes de se divertir.
Porque não temos certeza pra onde é que estamos seguindo é que garantimos o registro fotográfico e audiovisual, com parceiros da WA Imagem, Balacobaco e Tá na Lata Filmes. Certo mesmo é dizer que Sem Palavras continua dando frutos, validando o tripé conceitual que nos move: comentar, transformar e difundir.
Outras parcerias importantes para a realização da leitura dramática são o Café Coreto, que cuidou do figurino, e o Armazém da Decoração, responsável pela cenografia.
Após a encenação, nos colocamos à disposição do público para um bate papo que revela tanto o interesse quanto a timidez do leitor, aparentemente disposto a ouvir o que a autora tem a dizer, mas contido em reflexões mais íntimas.
Fiz ontem um breve histórico da produção do texto do livro, comentei um ou dois aspectos técnicos que me atraem na obra como escritora e leitura, confirmei meu fascínio e comprometimento com a ideia, num projeto literário que tem a despretensão como grande motivadora. E sigo disponível.
Em breve, haverá outra oportunidade de exploração e promoção de Sem Palavras, que fica à venda na FNAC, inicialmente, por mais duas semanas.
Em Goiânia, o livro também pode ser adquirido no Café Coreto (Setor Marista) e nas três lojas do Armazém do Livro (Centro, Setor Bueno e Setor Nova Suíça). Quem preferir receber em casa, pode comprar pelo site www.negalilu.com.br .
Em Goiânia, o livro também pode ser adquirido no Café Coreto (Setor Marista) e nas três lojas do Armazém do Livro (Centro, Setor Bueno e Setor Nova Suíça). Quem preferir receber em casa, pode comprar pelo site www.negalilu.com.br .
Fotos: Simone Caetano |
Além da temática, arquitetura e estética
contemporâneas, Sem Palavras também se
coloca à disposição do leitor em condições que são muito próprias do nosso
tempo. Antes de ganhar forma física, todo o conteúdo do livro foi disponibilizado na
web, se propondo a percorrer um caminho de encontro com o leitor inverso ao
tradicionalmente praticado pelo mercado literário.
A crise provocada pelas novas tecnologias saiu
na frente no mercado fonográfico, diante do movimento sem volta de democratização
da música por parte dos próprios artistas e do consumidor. Mas o negócio
livreiro ainda se mantém, aparentemente, “apegado ao papel”, provavelmente por
estar regido por articulações informais, ancoradas em prestígio, no Brasil. Menor
é o potencial de avanço em território inseguro.
Assim, tanto a cultura arraigada quanto meandres
instituídos pela gestão desatualizada, pela logística podem submeter o acesso à
obra a limites que ela não mais necessita ter. Não falo em favor da desvalorização
do clássico, do tradicional, muito pelo contrário, no entanto, acredito que o
convencional deva ser desprezado, enquanto condição de sobrevivência. Sou
favorável à busca de alternativas de circulação com preservação da qualidade,
porque o livro necessita chegar ao leitor para seduzi-lo (ou não).