Sem Palavras: 24 jan 2010 - 2h16
terça-feira, janeiro 24, 2012
23:10 Brisa:
ei, minha linda!
23:11 eu:
oi
Brisa:
saudade imensa. sentindo muito sua falta
eu:
também...
(...)
23:19 eu:
tenho te visto mais emocional do que antes. não sei se é o acesso privilegiado,
mas pra mim a grande surpresa foi sua reação ao assistir a Marília Pera. eu não
esperava...
23:20 eu
choro muito, marejo os olhos sempre... foi assim comigo qdo assisti a Marília*.
mas não esperava te tocar daquela forma qdo quis te mostrar
23:21 Brisa:
eh
muito
tudo aquela interpretação dela
23:22 não
eh um estado especial que me fez sentir o que eu senti
eu:
aquilo é demais mesmo, over...
Brisa:
mexeria comigo em qualquer circunstância
23:24 minha
relação com a música
e
sempre,
23:25 o
talento, superação, a entrega
mexeram
muitíssimo com meu coração e mente
23:26
vc sabe
meu
medo infantil de não ver isso nunca
eu:
não gosto tanto de vc à toa
Brisa:
então
23:27 medo
de que não houvesse mais coisas lindas e novas
que
as pessoas chegassem a um limite
23:28 isso
me fez sofrer muito
mas
também acho que me fez desejar tanto
23:29 que
ser humano fosse mais encantado
menos
humano
23:30 menos
suscetível ao limite
eu:
vc conhece seus limites?
23:31 Brisa:
nunca pensei sobre isso
não
sei se quero pensar
quero
continuar vendo assim
23:32 Marílias
encantadas
e
soh sentir
eu:
tem um lado lúdico em você que é bem interessante, surpreendente
23:33 Brisa:
rs
fala
pra mim
eu:
isso é o que eu chamo de “seu jeitinho”
Brisa:
rs
23:34 fale
sete “jeitinhos”
eu:
hehehe
1)
sua brincadeira “lele” com a Vanessa;
2)
toda vez que vc diz “então”;
23:36 3)
aquela sua mão na nuca das pessoas, qdo abraça com “simpatia”;
23:37 4)
o sorriso canino;
23:38 5)
seus beijinhos maciinhos pelo meu corpo (sem dúvida);
23:39 6)
alguns de seus exemplos muito fora do contexto (geniais! rsrs);
23:40 7)
qdo me conta histórias de família e da sua cachorra;
23:42 Brisa:
Neguinha de neve, pura vc
23:43 obrigada
por me apresentar Marília encantada
por
me cortar tomates
23:44 por
colocar a flor no banheiro na primeira noite em que me apresentou sua cama
23:45 por
me apresentar Sophie Calle
por
me ensinar com carinho
23:46 por
se permitir
por
se entregar com ternura
23:47 por
ocupar minha alma
por
conhecer meu choro
por
querer me mostrar o mundo
23:48 por
acreditar, com generosidade, em tudo que sabe poder passar dos meus limites
23:49 por
me beijar com entrega
por
sentir tanto prazer em me dar prazer
23:50 por
ter cuidado do cajuzinho
por
ter comprado tomates-caqui
por
ter me convidado para estrear as taças
23:51 por
gelar a cerveja
23:52 por
me fazer querer que as calcinhas não existissem
eu:
rsrs
23:53 Brisa:
por ter lençóis que amarrotam tanto
por
deixar que a cabeceira fique nos pés
23:54 eu:
tão bom saber que vc está atenta a tudo isso... rs
Brisa:
por me trazer a Marquesa de Rabicó de volta
23:55 eu:
sempre quis ter alguém que valorizasse esse meu jeito de fazer carinho
Brisa:
por me deixar tirar sua roupa como quem quer ser “batizado”
23:56 por
pegar na minha mão como se fosse me levar para um voo de libélula
23:57 por
não saber o que é egoísmo
por
compartilhar como quem doa
por
ter tanto talento
23:58 eu:
espere, quero saber o que vc pensa sobre esse lance de egoísmo que vc disse...
Brisa:
rsrs
você
hein!
23:59 sempre
querendo fazer análise comigo, neh?
eu:
desculpe, não é intenção não... aliás, fazer análise com os outros deve ser
algo chatíssimo
00:00 e
vc é tão perspicaz... confio em vc
Brisa:
por confiar em mim
por
querer me mostrar pro mundo
00:01 por
combinar sua pele com a minha
00:02 por
ter me levado pro lavabo no dia que só tínhamos a sala
00:03 eu:
é curioso, vc me faz apostar na minha intuição. vc faz isso comigo!!
vc
mexe demais comigo, Brisa
me
tira do lugar
00:04 Brisa:
entrega absoluta, Neguinha
00:06 é
possível falar de mais dezenas de coisas quando vc demonstra o poder de sua
intuição
00:07 eu:
eu diria que vc provoca o que tem de melhor em mim
Brisa:
...por me permitir acesso ao que tem de melhor em você
e
em progresso...
00:08 Neguinha
ainda
há pouco saquei aquele lance do advérbio de lugar
sabe?
eu:
é?!
00:09 Brisa:
é!
eu:
sua preocupação com outros assuntos era tão paralisante que não tive certeza se
vc estava me ouvindo
Brisa:
eh. tava punk
00:10 não
queria deixar transparecer pra vc que o lance era grave demais
então
sobre
o advérbio
eu:
rsrs
Brisa:
veja se é isso
00:11 quando
fui escrever: é possível falar de mais dezenas de coisas quando vc demonstra o
poder de sua intuição
então
00:12 eu
ia escrever: é possível falar de mais dezenas de coisas ONDE vc demonstra o
poder de sua intuição
eh
isso??
eh
disso que vc falava??
o
que tah correto?
ou
não tem nada a ver?
00:13 eu:
eu te amo, menina!!
Brisa:
rsrsrsrs
Então
eh????
eu:
segunda opção é muito incorreta
Brisa:
urruuuu
então
eu saquei mesmo!!!!!!
00:14 linda
demais vc!!!!!
linda
mesmo
grata
pela disposição em me ensinar, sempre
00:15 te
amo demais, menina!!
eu:
rs
00:16 Brisa:
casa?
eu:
rs
claro
00:18 Brisa:
L.
00:19 rs
- quer dizer: riso sem muita graça ou sorriso de canto de boca
eu:
ahahahhahhah
00:20 sempre
achei que rs = sorriso
Brisa:
eu também
00:21 mas,
às vezes tenho dúvidas quando estamos chateando
eu:
Vanessa deitada aqui do lado acaba de me dizer: “Ai mãe... essa vida é boa”
Brisa:
kkkkkkkkkkkkkk
00:22 sábios
estes alfenins, né?
eu:
meu rs é sempre sorriso
hehehe
é risadinha sacana
e
hahahhahaha é risada descontrolada (aquela minha mesmo)
00:25 Brisa:
seu sorriso eh encantado e sua risada descontrolada, além de descontrolada, eh
magnética
ah!
por
falar em magnética...
posso
te mandar um pedacinho do texto que fiz sobre o “descartável”?
00:26 eu:
claro, por favor
Brisa:
eh soh um pedacinho
pq
quero enviar pro seu e-mail depois de acabado
eu:
combinado
Brisa:
então vou enviar por aqui mesmo (o pedaço)
00:27 eu:
ok
Brisa:
Um duo uno. Pelo chão vermelho, encarnado, pisavam em fogo. Quase loucas,
tocavam com as pontinhas dos pés lavas de vulcão. À revelia do que a terra, a
carne e o fogo magnetizavam, era no vento que brincavam. Nem correndo, nem
parando. Era voando que se entregavam. Sem cerimônia nem ensaio: encontro,
encanto, acontecimento. Eram duas. Eram uma, tamanha sincronia, tamanha
simplicidade! Meu Deus vem olhar... a evolução da liberdade. Simples flutuar.
(...)
01:11 eu:
então me diga...
01:12 sobre
o lance do egoísmo
Brisa:
posso te dizer
preferia
que fosse pessoalmente
com
vc deitada no meu colo
eu:
não quero colher elogios, só quero saber o que vc pensa
01:13 Brisa:
eu sei disso
01:14 afinal,
eh assim entre a gente neh
tudo
tão simples e direto
tão
sincero e calmo
01:15 uma
descoberta pela outra
uma
confirmando a outra
uma
e a outra
uma
na outra
quanto
à parada do egoísmo
01:17 eu
sempre fico pensado do bem que eh compartilhar o que há de melhor com os outros
01:18 independente
se eles vão achar o máximo, ou se vão pelo menos prestar atenção
01:19 coisa
que me emociona sempre
tipo
assim:
Marília
foi encantada
01:22 Brisa:
se entregou tão inteiramente ao que fez e, tendo tanta consciência do quanto
era maravilhoso aquilo, não pareceu querer fazê-lo para que achassem o máximo,
mas simplesmente para que fosse acessível, que se pudesse tocar
a
sabedoria que raramente acompanha o talento
01:24 fez
por todos nós
eu:
certo
Brisa:
me senti presenteada
e,
por isso, pareceu bastar
01:25 não
precisava ser aplaudida, ou elogiada, ou premiada, ou qualquer outra coisa
01:26 eu:
entendo
Brisa:
então ela se entregou “pro outro”
01:27 para
o que não era pra ela (como posse)
não
existiu egoísmo
vc
eh assim
01:28 com
todo seu talento
01:30 eu:
grata pela explicação
esse
assunto me interessa no momento
01:31 ouvi
por muitos anos que eu era uma pessoa egoísta e nunca acreditei, achava que era
um engano tudo aquilo, mas também poderia ser só mecanismo de defesa
(e
isso é algo muito íntimo e pessoal)
01:32 Brisa:
nunca, nunca mesmo vi um traço de egoísmo em vc
queria
te falar mais sobre isso
pessoalmente
com
vc deitada no meu colo
01:33 eu:
rs
Brisa:
mas, só pra fechar, queria deixar claro que, no caso da Marília, eu me referi
àquela interpretação
01:34 eu:
eu entendi isso
vc
está esbanjando crase, meu bem
01:35 bonitinha
demais
Brisa:
quanto a você, isto está presente o tempo todo
pelo
menos de onde eu olho
01:36 (não
há crase... rsrsrsrsrsrs)
eu:
rsrsrsrs
01:37 obrigada.
saber disso é importante pra mim
eu
sou o que sou, Brisa
não
há nada fake ali
01:39 e
nesse meu movimento de autoconhecimento, este é o assunto que estou tratando
autoestima
X egoísmo
01:40 essa
relação é meio confusa na minha cabeça: egoísmo X autoestima
só
pra justificar o interesse, ok linda... sem interesse em fazer análise
Brisa:
tênue, um fio de água
autoestima
X egoísmo
01:41 eu:
pois eh... e pirei com o filme da Björk
sei
que vc assistiu
Brisa:
qual?
Dançando
no escuro?
eu:
sim
Brisa:
caraca!!!!
01:42 eu:
chorei feito uma condenada sozinha no cinema, numa terça-feira... os outros que
estavam na sessão foram embora antes do fim
Brisa:
eu fiquei mexidíssima
chorei
demais também
desabei
01:43 choro
muito com cinema
01:44 eu:
a borda que divide o egoísmo do altruísmo quase se rompeu ali
Brisa:
vamos ver (de novo) juntinhas também?
01:45 eu:
uau, proposta punk... mas eu quero tudo com vc. e topo sim.
01:46 Brisa:
quero tudo com vc também
eu:
outro dia ouvi uma música do Lulu Santos e me lembrei de vc:
01:47 Brisa:
eh mesmo?!
eu:
“ela me faz tão bem, ela me faz tão bem... que eu também quero fazer isso por
ela...”
a
música fez sentido pra mim pela primeira vez
Brisa:
putz, linda
eh
isso mesmo!
01:48 sabe
que isso tem acontecido com alguma frequência comigo também
01:49 esse
lance de coisas (velhas conhecidas) fazerem sentido agora (depois da gente ter
se descoberto)
01:50 eu:
e a música diz mais sobre mim e sobre você:
Ela
demonstrou tanto prazer
De
estar em minha companhia
Eu
experimentei uma sensação
Que
até então não conhecia
De
se querer bem
De
se querer quem se tem...
Brisa:
ptz!
Neguinha
demais
neh!!!!!
01:51 eu:
vamos casar mesmo?
Brisa:
vamos!!!!!
eu:
hehehehe
01:52 vc
é esse tipo de bem pra mim... que me faz tão Bem. já tinha percebido que te
chamo de meu bem por isso?
Brisa:
rs
01:53 percebi
isso na noite napolitana, entre a pizzaria e sua casa
01:54 vc
disse com simplicidade estonteante: “gosto que vc me chame assim, meu bem”
eu:
como foi? eu te disse?
Brisa:
aí entendi tudo
eu:
ah sim...
era
isso mesmo
01:55 Brisa:
que meu bem pra vc eh assim, como vc acabou de falar
eu:
é isso mesmo, é vc
01:56 Brisa:
então
um
tempinho antes
01:57 (alguns
meses antes) ainda com cuidado pra não banalizar nada, pois tudo eh muito
especial entre nós, eu te disse: vc eh meu bem bom
queria
te dizer isso também
01:58 na
falta de habilidade para te decifrar (naquele momento) eu achei que não tinha
feito sentido pra vc
01:59 melhor
então seria evitar o “meu bem”
depois
com
um pouquinho mais de presença sua
o
“meu bem” rolou por gravidade
maciinho
eu:
rs
Brisa:
como se estivesse sempre ali
(...)
* 120... 150... 200 Km por hora (Roberto Carlos), em Elas cantam Roberto Carlos
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