Sem Palavras: 6 jan 2010 - 23h59
sexta-feira, janeiro 06, 2012
21:00 eu:
oi
21:01 Brisa:
salve Laura!!!
a
domadora de gambás
eu:
a frita...
rsrs
sorry
21:02 Brisa:
como assim lindona?
eu:
frita demais, cheirosa
acho
que foi vontade de continuar com vc naquele quarto
Brisa:
frita nada
linda
21:03 cheia
de graça
leve
macia
doce
descabida
especialmente
descabida
(de
não ter cabimento)
21:04 de
me encher de vontade
eu:
aff
isso
tudo é melhor do que “louca”
Brisa:
de abrir janelas
21:05 eu:
a gente tem compartilhado coisas bem legais
quem
me conhece sabe que estou feliz
21:06 Brisa:
está linda
21:08 eu:
e vc como se sente?
se
sente muito amada nos últimos meses? mais do que de costume? rsrs
21:09 Brisa:
conexão despencada
reconectada
agora
eu:
vc como se sente?
se
sente muito amada nos últimos meses? mais do que de costume? rsrs
Brisa:
me sinto
21:11 feliz
amada
amando
percorrendo
a vida
21:12 de
mãos dadas
num
sobrevoo
numa
dança sem tocar o chão
21:13 num
encontro
eu:
sabe... foi vc quem trouxe a sensorialidade pra minha vida. não tive acesso
significativo antes
21:14 essas
figuras de linguagem não faziam sentido, exatamente, antes de te ouvir falar de
mergulhos oceânicos e voos de gaivota
21:16 agora
estou em fase de “calibragem”... rs
21:17 Brisa:
afinação
eu:
eh, clave de fá
21:18 Brisa:
clave de sol
21:19 Neguinha
de neve
21:20 eu:
ahahahahaha
o
filme que estamos assistindo aqui tem nome parecido, aquele dos 7 anões
Brisa:
kkkkkk
eu:
juro...
21:21 Brisa:
juro que não foi minha inspiração
eu:
ou sua onipresença
21:22 tenho
pensado muito em você, te convidado para estar comigo em todos os lugares
Brisa:
tenho estado com vc em todos os lugares
21:23 estado
de entrega
de
espera
de
desejo
21:24 de
devoção
21:25 eu:
qdo vc fala essas coisas tenho a impressão de que está tudo meio contido
então... não a parte de desejo porque percebo muito qdo nos abraçamos, nos
beijamos...
21:27 como
na atuação contida de uma coadjuvante de luxo, saca?
aquela
que escolhe ser coadjuvante
(essa
conversa é complicada)
Brisa:
complicadura pura
21:28 eu:
(mas acho que é uma conversa boa, levinha)
Brisa:
de olhos fechados
pode
ser bom de conversar
21:29 eu:
vai ser
Brisa:
vendo as nuvens nos mandando mensagens
eu:
rsrs... lah vem vc
21:30 Brisa:
como assim?
eu:
eu adoro
21:31 as
figuras de linguagem são tão suas, querida
vou
ver depois como se chama isso
Brisa:
tenho percebido isso só agora com você
21:32 eu:
deixa eu te perguntar uma coisa... se responder com uma ou duas palavrinhas já
vai valer
topa
responder?
Brisa:
claro
posso
tentar
21:33 eu:
qdo se olha no espelho, o que vc vê? o que vc encontra?
Brisa:
eu
eu:
cretina
Brisa:
rsrs
21:34 eu:
tenho outro adjetivo pra vc
um
adjetivo que acho que é seu
um
que vc não vê qdo se olha no espelho... rsrs
21:35 um
é cretina... uso muito
pra
me referir a você, conversando comigo mesma
“conversar”
aqui é tipo... pensar, OK?
Brisa:
ok
eu:
o outro adjetivo é
cachorra
21:36 aliás,
adoro te chamar de cachorra
21:37 Brisa:
“...me chama de cachorra que eu faço au au, me chama de gatinha que eu faço
miau, se tem amor a Jesus Cristo...”
Fernandinha
Abreu
eu:
mesmo? hehehe
21:38 Brisa:
soh lembrança na música
nada
de pessoal
eu:
claro... rsrs
Brisa:
rsrsrs
21:39 eu:
mas cretina e cachorra são dois adjetivos respeitáveis, e são seus... querida
Brisa:
e vc o que vê qdo se olha no espelho?
eu:
me, myself and I
21:40 (coisa
não esquizofrênica, certo?)
Brisa:
certo
eu:
não me enxergo qdo me olho no espelho... me percebo mais qdo olho pra dentro de
mim, mais recentemente
21:41 isso
pode soar estranho, pedante, sei lá...
mas
tenho tanto orgulho de meus avanços no campo do autoconhecimento
desejo
para todos
21:42 Brisa:
nada de pedante
nada
de estranho
muito
Laura
linda
do
Bem demais
nem
sabe o tanto
21:43 eu:
gostou da historinha do manto da invisibilidade?
que
me protege para que eu possa te proteger...
isso
é coisa do Bem... rsrs
Brisa:
gostei demais
21:44 eu:
mas foi criado na perspectiva de eu me aproximar sorrateiramente de você, te
raptar pra debaixo do manto, te beijar muito e te devolver
esse
é o sentido conotativo do poder da invisibilidade
21:45 quero
ser sua super-heroína... e vc vai deixar eu cuidar de vc às vezes... eu sei que
vai
Brisa:
te falei do e-mail (em desenvolvimento) que cuida de te contar tudo que eu
sinto quando você me conta
o
conto
Capítulo
III
eu:
o denotativo tem a ver com o lance de protagonizar um papel coadjuvante... rsrs
Brisa:
lindo estar lah
21:46 eu:
embaixo do manto da invisibilidade rola grande pegação
21:47 Brisa:
vou aprendendo português que não aprendi com você
eu:
ali tem sempre uma salada de banana à sua espera... rsrs
21:48 bonitinha
demais vc
confia
em mim...
(afirmação
com reticências)
21:49 vc
é aluna exemplar (das mais lindas) porque ensina enquanto aprende
21:50 sou
bem confiável, fique tranquila. confiável demais! além da conta!!
(nasci
assim)
Brisa:
sempre pensei que vc foi colocada
21:51 eu:
sempre qdo?
qdo
me conheceu ou qdo nos aproximamos?
21:52 Brisa:
sempre sempre
achava
isso quando te conheci
e
achei isso lindo demais quando te reconheci
21:53 eu:
qdo te conheci te achei surpreendente, apenas
mas
vc é bem mais que isso.
vc
enxerga isso no espelho?
21:54 Brisa:
então
21:55 às
vezes pode parecer bobeira
mas
quero te responder
21:56 que
maluquice eh essa?
lembra,
no apê da Hopes e da Morgana,
21:57 que
vc pediu pra deixar cuidar de mim (naquela ocasião em especial)
21:58 eu:
claro, não me esquecerei daquilo
Brisa:
e eu disse que não sabia ser cuidada...
eu:
eu me referia a esse momento mesmo
Brisa:
então
21:59 vc
tem sido meu espelho, saca?
desse
espelho que eu acho que vc falou na pergunta
22:00 eu:
uau
Brisa:
tb não sabia (sei) olhar no espelho
22:01 tenho
me visto por vc
pelo
que vc conta de mim
22:02 eu:
pelo que conto de vc pra vc?
Brisa:
eh
eu:
ok
22:03 sinto
um carinho enorme por vc, Brisa
enoooorme
não
sei de onde veio
22:04 vontade
de abraçar e cuidar, com a certeza de que posso também contar com sua proteção
Brisa:
acho lindo essa volta toda que demos pra nos tocarmos
22:05 um
encontro dos mais protegidos por Deus
eu:
pois é
e
a gente nem reza
22:06 Brisa:
nem precisa
a
gente se permite
eu:
hoje a Amanda, minha psicóloga, chegou a me emparedar
22:07 me
perguntou o que me faz permanecer nesse papel que fico renegando
Brisa:
e então?
eu:
porque eu continuo me permitindo, vc sabe
22:08 Brisa:
e vc?
sentiu
a emparedada?
________________________________________ 6 minutos
22:14 eu:
vc estah ae?
Brisa:
to demais
esperando
a resposta que por vezes parece estar sendo digitada
22:15 eu:
por último eu disse: a resposta foi convincente, mas pode mudar no desenrolar
da história
disse
a ela que permaneço porque tenho expectativas de curto prazo
22:16 Brisa:
perdi algo?
22:17 eu:
huuuum
essa
foi a resposta que dei a Amanda qdo ela me perguntou o que me faz permanecer
nesse papel que fico renegando
22:18 Brisa:
Neguinha
adoro
beijar sua boca
beijo
maravilhoso o de hoje hein
tô
com saudade
22:19 eu:
demaaaaais
Brisa:
achei que agora vinha um “cachorra”
ou
até um “cretina”
eu:
hehehe
Brisa:
quem sabe: “mala”
eu:
que bom que não tenho sido previsível demais
22:20 huuuuum,
pode ser
Brisa:
nada de previsível
22:21 imponderável
eh da natureza do nosso encontro na vida
eu:
isso é meio bom ou é mais meio ruim na sua opinião?
22:22 ou
isso é algo por inteiro?
Brisa:
tenho achado bom
eu:
por inteiro bom ou por inteiro ruim...
Brisa:
nada eh por inteiro
eu:
cretina!?
22:23 Brisa:
lembra do papo que vc mandou entre o restaurante e o escritório dia desses?
aquele
do novo, do que não eh previsto...
22:24 eu:
ah sim
Brisa:
então
eu:
não entendo a relação que vc está fazendo, mas sei
ele
foi pra o conto bem resolvido, né?
22:25 Brisa:
serah que não entendi nada?????
eu:
rsrs
Então
entendi que permanecer exatamente onde estávamos era continuar mergulhando nas
escuras águas oceânicas, possuída pela fluidez do movimento que nasce e se
desenvolve intenso de dentro pra fora se projetando para ocupar um lugar
novíssimo.
22:26 juntei
uma coisa com a outra, mas elas são separadas
22:27 Brisa:
Neguinha
eu:
oi flor
22:28 seu
beijinho no pescoço hoje me nocauteou...
Brisa:
descreva pfv
eu:
o que, a parte do novo ou o beijo?
Brisa:
do beijo
eu:
hehehe
22:29 e
já combino que faremos uma leitura conjunta do conto pra tirar umas coisas a
limpo
Brisa:
combinadíssimo
agora
o beijo no pescoço
22:31 eu:
ué... seu beijo no pescoço foi perfeito
________________________________________ 7 minutos
22:38 eu:
oi
Brisa:
ei Neguinha
tivemos
um pic de energia por aqui
eu:
quer saber ainda do beijo no pescoço?
22:39 Brisa:
quero demais
(previsível
isso)
eu:
vou aproveitar então que a conexão podre está a meu favor
seguinte:
seu beijo no pescoço foi perfeito!
22:40 bem
executado
bem
finalizado
22:41 aquele
seu lábio superior tem muita personalidade
22:42 já
devem ter falado muito né?
Brisa:
pescoço perfeito o seu
eu:
muito flor de cajueiro
22:43 Brisa:
na sua estação
22:44 eu:
as flores se foram por aqui, e tem um cajuzinho que estou “vigiando” no pé pra
vc
ele
estará no ponto amanhã
22:45 Brisa:
eu tbm
eu:
tenho que acordar antes da primeira alma viva que transita por aquela rua para
poder “honrá-lo”
um
caju maduro, pequeno, de careta grande
22:46 Brisa:
doce?
eu:
cresceu assim
Vanessa
disse que sim
Brisa:
confio nela
22:47 eu:
se as almas vivas permitirem, você confere amanhã então
deixo
onde o cajuzinho pra vc, flor?
Brisa:
vou buscar
22:48 eu:
então pode vir antes das 6h30
Brisa:
mesmo?
22:49 eu:
esse é o horário em que as almas vivas começam a circular...
Brisa:
perigo na certa
eu:
a babá só chega às 7h20 e às vezes 7h30
22:50 Brisa:
pode rolar uma disputa braçal pelo caju encantado
eu:
acho melhor colher hoje
ou
corro o risco, flor?
Brisa:
daqui uns minutinhos... hoje serah amanhã
22:51 então
pode colher
eu:
ok
Brisa:
sem correr o risco com as almas vivas e sem o perigo de tirá-lo antes da hora
frutas
são assim
22:52 cheias
de jeitos
as
do Cerrado então!
guardam
suas gostosuras pra hora certa do apanhamento
22:53 precisam
ser cobiçadas
eu:
vou te apresentar pro grupo de folcloristas...
huuuuuuuum
entendo
Brisa:
precisam de um certo ritual
22:54 meio
que provocando toda a umidade
toda
a ternura que pode estar contida numa paixão
22:55 daquelas
que parecem brisa na madrugada
eu:
como vc sabe disso, linda?
Brisa:
molhando os lençóis no varal
22:56 eu:
Orlando Silva gostaria de saber...
e
também fiquei um pouco curiosa aqui
vc
é tudo de bom, menina
22:57 Brisa:
Neguinha
vc
eh de neve
coisa
mais linda de se ver
coisa
mais doce de se ter
22:58 flor
de cerejeira
23:00 te
adoro
________________________________________ 8 minutos
23:08 eu:
vem comigo pra Europa!
Brisa:
vc estah indo?
23:09 eu:
se for com vc...
23:11 merda!
caí... e não sei se vc aceitou meu convite ou não...
Brisa:
aceito
23:13 eu:
deve ter lido Garcia Marquez longamente pra ter aprontado tudo isso que vem
aprontando
vc
vem comigo?
23:14 Brisa:
não li
devo
ler?
antes
de ir com vc?
ou
durante a viagem?
23:15 lê
comigo?
23:16 eu:
vc disse algo? rsrs
Brisa:
sim
algos:
não
li
devo
ler?
antes
de ir com vc?
ou
durante a viagem?
lê
comigo?
23:17 adoro
essa escrita vertical!
23:21 Neguinha
ainda
estah aí?
23:23 acabo
de acabar um conto: O Gambá
queria
te mostrar
23:24 eu:
oi
Brisa:
então
eu:
manda, manda
Brisa:
posso?
23:25 eu: sim, por favor
________________________________________ 3 minutos
23:28 Brisa:
O Gambá
Não
havia outra forma. Dos bichos da noite, me pareceu o gambá o menos suspeito.
Seguindo o plano da invisibilidade crochetado por você, melhor seria saber se
fingir de morto, coisa da especialidade desse mamífero. Coruja, morcego,
mariposa, todos com suas particularidades noturnas poderiam também ocupar seus
olhos aguçados, mas o gambá era, sem dúvida, o imponderável. Algo da natureza
dos nossos encontros. O projeto consistia numa aparição. Frações de segundo
ocupadas com um olhar distraído por um bocejo. Um quase minuto de mútua espera.
Passos lentos e hipnotizados. Um na direção do outro. Mas o encantamento se foi
na hora em que a surpresa se transformou em susto. Na porta batida, vi só a
resistência do portal. Você, linda, toda nua, tinha se ido. Trêmula de susto,
dormiu ainda ofegando. Senti dali sua respiração. Fechei os olhos e senti
também a batida rápida do seu (meu) coração. Fiquei. Esperei. Só a babá veio
pela manhã. Se outros gambás ali estivessem, teriam zombado de mim... Coisa de
quem não sabe olhar no espelho! Eu fui feliz! Sabia que durante todo o dia
seria eu sua memória! Sabia que ao retornar, por noites e noites, você
procuraria no quarto, já nua, por mim!
________________________________________ 4 minutos
23:32 eu:
que lindo, Brisa.
divertido
poético
sensual
23:34 vc
vem mesmo buscar o caju?
eu
o colhi, é seu.
23:35 Brisa:
estava pronto para ser colhido
sou
sua
23:36 eu:
inspirada vc, querida
Delícia,
hein
23:38 Brisa:
Neguinha
23:39 vou
me deitar
deita
comigo!
23:40 eu:
sim
23:41 amanhã
à tarde vou ficar com a Vanessa. preciso te entregar o caju pela manhã...
onde?
Brisa:
saindo da reunião com Ahmed te ligo
23:42 deve
ser por volta das 9h
eu:
ok
estarei
no escritório e levo pra vc onde for
Brisa:
beijo Laura.
23:43 eu:
beijo Brisa.
23:46 Brisa:
Neguinha
dorme
bem
23:48 eu:
huuuum
23:50 eu:
recebeu o e-mail “Efeito gambá”?
23:52 Brisa:
sim
eu:
é que o lance da gata também poderia fazer sentido por causa de seu adjetivo...
23:53 Brisa:
o “continho” era pra ser o e-mail resposta
eu:
imaginei, e achei lindo
melhor:
bonitinho demais
Brisa:
bonitinho eh menos ou mais que lindo?
23:54 eu:
bonitinho demais é lindo transbordando de carinho por você
23:55 Brisa:
adorei!
você
eh pura inspiração
23:56 eu:
sou sua
Brisa:
sua presença
23:57 eu:
sou
sua
sou
sua
sou
sua
sou
sua
Brisa:
sou
23:58 toda
sua
bjo
perfeito no pescoço
pra
noite ser macia
23:59 eu:
beijo!
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