Sem Palavras: 8 jan 2010 - 0h10
domingo, janeiro 08, 2012
O Caju
de Brisa
Marin <eusoubrisa@gmail.com>
para Laura
Passing <laura.passing@gmail.com>
data 8
de janeiro de 2010 0:10
assunto O
caju
enviado por gmail.com
Na noite anterior tive notícias. Havia um
cajuzinho. Um caju maduro, pequeno, de careta grande, vigiado desde flor para
ser colhido naquela madureza. Perguntei se era doce. A garantia veio de
Alfenim. Confio nela. Mas são assim os alfenins, veem doçura por toda parte.
Ela sabia que aquele caju era encantado. Viu seus olhos pousarem doçura nele,
dar-lhe destino com o coração. Como não?! Era doce! Não havia dúvida. Você o
encantara. “Nasceu assim”, coisa sua dar sublime simplicidade às coisas. Contei
que frutas são muito cheias de jeitos. As do Cerrado então! Guardam sua
gostosura para a hora certa do apanhamento. Precisam ser cobiçadas. Carecem de
um certo ritual que lhes provoquem toda a umidade, toda a ternura que pode
estar contida numa paixão, molhando lençóis no varal como brisa na madrugada.
Neguinha foi de um cuidado comovente. Esperou a noite se tornar outro dia,
contornou com seus dedos de neve o cajuzinho, fez a colhedura cantando para o
cajueiro. Deu-lhe conforto numa caixinha ilustrada, amaciando seu repouso em
papel de seda estampado. Ofertou-lhe sonhos sob o travesseiro. Com todo esse
encantamento, me entregou, sorrindo e sem dizer palavra alguma, aquele tesouro.
Encheu minha alma de amor. No gosto doce do cajuzinho mágico, me transformei
para sempre, em flor de cajueiro.
Flor
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