Semelhanças com o pintor

domingo, outubro 09, 2011

O rapeleiro se balançava, trabalhando no compasso da paciência. Rolo de cabo médio firmemente seguro para uma demão toda vez que ia. Quando voltava, molhava o pincel na lata de tinta bege, presa à perna esquerda. Pintava como vivia, regido por metrômetro. Contemplei o movimento parada no sinal vermelho, sentindo as coisas fazer sentido, porque temos algo em comum: somos criaturas silenciosas, pendentes e solitárias. O vaivém nos orientou assim.

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