Manifestação da obra no campo intuitivo
segunda-feira, julho 08, 2013
— Dona Aldeni, eu voltei!
Gritei do portão.
Que coincidência, ainda hoje a menina havia perguntado por mim. E quando
me viu, a avó teve reforçada a crença na benção divina que a neta, um anjo
adivinhador, representa.
— Batista, é aquela moça!
— Pede pra ela entrar...
Na visita surpresa, me desculpei dizendo que havia retornado pra
mostrar o livreto que tem na capa a foto da flor do Dente de Leão que imitava a
primeira fantasia de Nega & Lilu que, um dia, no piso vermelho daquela sala
de TV que já foi um atelier, empreenderam fuga sem poderem ser alcançadas.
Mas a Nega sou eu, revelou Aldeni, sorrindo largo uma alegria
incontida. Porque no interior do Maranhão, na pequena Nova Olinda, deram a ela
esse apelido. E Batista confirmou, enquanto rolava o noticiário da Rede Record,
que foi desse jeito mesmo que a chamou pela primeira vez. Mas com o tempo,
virou Neguinha, afinal, chegou na cidade uma outra Nega, maior que ela.
Jeane Pamela achou o livreto muito bonito. Foleava as páginas com dedos
de seda, enquanto ouvia de mim a história do penteado que transformou o Hulk em
Fiona.
— É a Fiona mesmo, validou a menina vidente.
Fotos: Consuelo Gobbi e Larissa Mundim |
Aldeni insistiu com Batista para que me informasse o número do telefone
celular: porque quando ela vier nos visitar de novo, pode avisar antes.
E eu respirava com dificuldade, sentindo aquela infantil asfixia que se
chamava nó na garganta, segurando bravamente o choro diante do belo: a
simplicidade, a franqueza, o carinho da Nega de carne e osso, luz nos olhos e de
entendimento muito próprio sobre um pedaço de história contada por duas plumas.
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Aprendi com Mary Shelley
Você pode solicitar o catálogo, gratuitamente, enviando um e-mail para negalilu@gmail.com .
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