Nega Lilu, a editora
segunda-feira, julho 29, 2013
A venda de Sem
Palavras começou antes mesmo do livro sair da gráfica e as primeiras encomendas
deslocaram o foco da equipe de criação para o território comercial. Alguém tem
que cuidar disso, falei em voz alta pra espantar as almas e pra ter a confirmação
de que esta é uma missão da gente mesmo.
Aquele fio gelado que, de tempos em tempos, transita
por dentro da minha coluna disposto a tocar a medula óssea cumpriu seu objetivo
e saí embalada em busca de uma solução que viabilizasse a circulação da obra.
Sem Palavras
não é um livro convencional, a gente sabe. Quem acompanha de perto, e
profissionalmente, a produção livreira no Brasil já confirmou que ainda não há nenhum
projeto com tais características, ainda que a literatura epistolar (constituída
a partir de correspondências) exista desde então. No mapeamento editorial, também
não o vejo ocupando catálogo de selos que rotulam estilos, limitando interesse,
determinando público-alvo.
A contratação de uma empresa distribuidora tampouco
me pareceu viável, tendo em vista o alto investimento que seria feito por esta
autora iniciante, com tiragem pequena de sua primeira edição. Considerando
essas variáveis, resolvi então abrir a Nega Lilu Editora. Imediatamente me veio
à cabeça o texto do cartazete que carreguei, recentemente, exercitando cidadania.
Com as coisas assentadas aqui dentro, já posso dizer: privilégio
fantástico será este de me afastar da deliciosa zona de conforto da concepção
da campanha publicitária e colar forte na seara das editoras para compreender o
mercado editorial. Estamos expandindo nossas atividades e, para encarar o
desafio, a obra é o que temos nas mãos. Longa vida à Nega Lilu Editora!
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