O muro ainda fala por nós

domingo, julho 28, 2013

De mãos dadas para sempre, os olhos fitavam-se, desfitavam-se, fitavam-se. Bentinho, escolado no latim e virgem de mulheres. Capitu, mistério. Sem corpos nus e ausente de palavras, o capítulo XIV de Dom Casmurro é um dos textos mais românticos e excitantes da literatura brasileira.

Na escrita que perfurava o reboco do muro, fundiu-se o nome dos melhores amigos: Bento Capitolina. Ela surpreendida enquanto revelava para si seus sentimentos e ele, futuro Padre de partida para o seminário. Aquele texto apagado subitamente para proteger o segredo permaneceria na memória, até o fim dos dias, sofrendo transformação de significado, de significância. 

Por inspiração desse instante – marcado na linha do tempo para ocorrer somente uma vez – é que Nega & Lilu também foram rearranjadas numa só persona. Nega Lilu expressa, portanto, a sensação de coesão indelével que o Amor sugere. E agora é chegado o momento da inscrição, palavra que intitula o décimo quarto capítulo que me encanta, ampliando a homenagem a Machado de Assis, em Dom Casmurro.



You Might Also Like

0 comentários

Subscribe