O primeiro de não sei quantos

segunda-feira, outubro 07, 2013

Porque havia lembrança nítida e marcante daquele contato solto e aconchegante, o domingo acabou tão descaracterizado e a semana começou levinha, feito bola de sabão. Estranho, ainda estou feliz pelo nosso encontro de sábado.

Cheguei ao Café Coreto com antecedência pra selecionar alguns trechos para a leitura de Sem Palavras. Diferente do que sempre faço, deixei pra organizar as ideias ao sabor da atmosfera do lugar. Fiz poucas anotações, destacando pontos imprescindíveis para caracterizar, significar e dimensionar a primeira oportunidade de exploração da obra literária que conta a história ficcional de Nega & Lilu.

Antes das quatro, Maianí Gontijo e JP Alves surgiram iluminados, vendendo bem a campanha #sorriagoiania que estão emplacando pra celebrar os 80 anos da cidade, com pretensões outras mais a médio e longo prazo. Pontualmente chegou a amiga Mirelle Irene, jornalista de verdade, envolvida na cobertura política factual e agora às voltas com um novo livro de cabeceira. Ela estava preparada para o registro fotográfico do momento que, para mim, continua sendo um rito de doação ao dedicar, de próprio punho, Sem Palavras a alguém que deseja tê-lo. As fotos dizem por mim, os olhos mentem nunca, o sorriso é fácil.





Fotos: Maianí Gontijo
Iniciamos assim uma conversa sobre tantas coisas e talvez fôssemos só nós quatro mesmo e já estaria tão adequado... no entanto, os outros foram chegando e a mesa maior ficou acanhada. Derramamos para as laterais, até consolidarmos a forma não intencional de um coração. Ainda bem que JP percebeu de onde estava. E foi aí que a conversa se permitiu fluir demonstrativa de afetividade quando pedi que me contassem como haviam chegado até Nega & Lilu.


Foto: JP Alves

Juscélia Sousa, que conheci pessoalmente naquele dia, foi fisgada por uma imagem da performance Love is Dead, um assassínio do Amor às cinco horas na avenida Central. Ana Paula leu texto meu tatuado no ombro de alguém e veio chegando perto. O blog arrebatou Sara Bahia.

Nat Mundim fez a gente rir e Cristiane Almeida testemunhou o que só quem está lendo as meninas sabe que é possível. Além disso, as duas prestaram serviço no resgate de Simone Rosa, dragada até o Café Coreto para confessar que saía de casa para compromisso não-profissional pela primeira vez, após o nascimento de sua filha, Isabela. Me senti honrada. Ela falou tanta coisa boa de se dizer e de se ouvir. E falava sorrindo... Acabou encantando, ali do lado, o jovem Yago Sales, menino que escreve como se fosse possuído pelo sentimento do mundo vasto. Gentil e sedutor, elogiou publicamente a luz dos olhos meus e reforçou o uso da palavra Amor naquele círculo mal-ajambrado.

Foto: Larissa Mundim

Hilca Cruz chancelava aquelas palavras, meneando a cabeça e sorrindo lindo, me catapultando pra história só nossa acerca do sorriso tailandês que tem Lilu. Nina Rosa me lembrou de um jeito impagável que menti pra ela... rs, dizendo que Nega Lilu era cliente novo, porque não tive, na ocasião, um jeito mais adequado de trazer um “ente” para nossas rotinas de trabalho.

A amiga Rute Guedes quis matar as pessoas de inveja, confidenciando que teve acesso a trechos de Sem Palavras em seu formato mais bruto, mais intenso, mais complexo, menos racional. Com fantástica riqueza de detalhes, o poeta Carlos Edu Bernardes relembrou como nos conhecemos, num curso que ministrei para agentes culturais. Citou nobres filósofos, recitou sagazes versos seus, usava camiseta da NASA, em homenagem insuspeita à Lilu. Fazendo par com ele, Consuelo Gobbi não perdeu a chance de contar pra todo mundo suas preciosas sacadas sobre Sem Palavras, as possíveis relações com obras tão cheias de sentido, a característica semi-simbólica de Valentia Prado, história que adoro.

Foto: Larissa Mundim
De minha parte − a menos interessante porque não há mistério algum −, compartilhei o compromisso com a ideia, a despretensão da obra como peça literária, a aposta na metalinguagem para condução da poética, o entusiasmo pelo fechamento do ciclo. De Valentina também falei e li um texto dela (RE: Capítulo III (em progresso) -Parte 2) para formalizar a conclusão do encontro que ainda não acabou.

Em novembro tem mais, com leitura dramática da atriz Ana Cristina Evangelista, do Grupo de Teatro Zabriskie.
Aviso a todos e a todas.



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