O Episódio da Nega rabiscada
quinta-feira, junho 07, 2012
Precipitou-se e tatuou, no final da tarde, a
frase que vinha à cabeça quando se lembrava da noite improvável que havia
passado com uma Nega. É que tinha perdido a paz e achou que assim faria um
despacho satisfatório.
O pior do desassossego era no trânsito. Porque toda canção era um arrepio sincero, e
indesejado. Porque palavras do bloco comercial da rádio evocavam lembranças daquele único
encontro em que elas haviam testado pele sobre pele.
Terça-feira e aceitou convite, no Facebook, pra
tomar um açaí. A conversa começou às cinco da tarde, mas não cabia à luz do
sol, e escorreu para o bar, aberto até meia noite, onde e quando havia música
bem boa.
Música bem boa vai. Música bem boa vem. “Adoro o
seu esmalte”, revelou a Nega. A outra sorriu e ajeitou o brinco. Fizeram um
brinde espontâneo. A Dilma estava em pauta. Olhos nos olhos pela primeira vez.
Fecharam a conta pedindo uma garrafa de vodka. Se
devoravam ali mesmo. A mesa era o limite e o garçom nunca traria a conta a
tempo.
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