O terrível velado

sexta-feira, maio 06, 2011

O silêncio da Nega não significava ausência de palavras, nunca significou. Naqueles dias em que compartilhava grandes mistérios simplesmente calou-se. Porque decifrar Lilu era como se afastar da beleza, privar-se das cores, se abandonar, descobrir algo terrível.

Ser Nega e ser Lilu colocava em questão o que a paixão considerou inquestionável no momento em que elas estiveram próximas demais, mas não uma dentro da outra.

Incerteza sobre território e limite deve ser natural para aqueles que ocupam um só corpo, mas a Nega contaminada por Lilu observou-se emulando sua amada na relação com Nina, sua nova amada.

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