Si fu

terça-feira, maio 10, 2011

O acesso aos sentimentos de Lilu não fez bem à Nega, fez desmoronar castelos de sonhos. A experiência antropofágica não tinha o intuito de ser invasiva, nada a ver com vasculhar impunemente uma caixa de emails alheio ou sorrateiramente roubar um diário de cabeceira para ler no banheiro e devolver em seguida. O que a Nega queria era procurar razões dentro de si para libertar Lilu daquele amor sem apreciação que ela ainda cultivava. E pagou caro pela brincadeira de escafandrista, porque reconheceu que a ficção era também a matéria-prima daquele contato livre, misterioso e aberto, mas limitado em seu espaço e tempo. Como um segundo cristalizado.*   



* fragmento do conto Sem Palavras.

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