A visão
sábado, maio 07, 2011Emular Lilu enquanto se dedicava a Nina não era o que a Nega classificava como terrível. O que doeu foi o inevitável redimensionamento do romance vivido a partir do momento em que se enxerga pelo prisma do outro, que se sente pelo coração do outro.
E a Nega teve uma visão redutiva de tudo, sem revolta, compreensiva de Lilu em seu projeto de saída enquanto estudava a entrada. Havia de se considerar o sexo inesquecível, o envolvimento involuntário, a intensidade plastificada com prazo de validade, uma dedicação inquestionável, durante escrotas férias conjugais. Assim, num misto de generosidade e desilusão, reconheceu os esforços da flor de cajueiro em conduzir a desconexão com carinho, no entanto, tudo aquilo seria insustentável se não tivesse sido realmente amada.
Nesse dia, sentiu-se livre para chamar Nina de meu bem. No trato da nova paixão, não deveria haver conflitos entre o autêntico e a cópia. Os valores já eram outros.
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