O dia em que a noite se atrasou

sábado, agosto 20, 2011

Um conhecido perfume rescendendo logo no início da manhã chamou a Nega até a sacada. Há três dias completos sem respirar, consumida com afazeres de dentro, foi surpreendida por uma densa vegetação que havia se apropriado de todo o espaço ao alcance dos olhos. Inspirado em fábulas, era um cajueiro florido crescido o bastante para abraçar aquele edifício e ocupar onde houvesse o vazio, lançando-se agressivamente contra o azul. De onde a Nega observava era possível dizer que o sol tivesse se emaranhado naquela trama, podendo comprometer a chegada da noite.


Do emblemático Brasília Palace Hotel com vista para o prédio de Ruy Otake


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