Justiça à Manuelita

segunda-feira, janeiro 24, 2011

Lilu, o clima instalado de “só mais uma vez” entre a gente me trouxe de volta o episódio do último encontro entre Simón Bolívar e Manuela Sáenz, após 208 anos de separação.

Ainda dediquei pensamentos a Florentino Ariza e Fermina Daza, personagens do livro O Amor nos Tempos do Cólera de Gabriel Garcia Marquez, que te dei de aniversário ‒ com dedicatória escrita com tinta invisível ‒ e que talvez não chegue a ser apreciado em sua leitura ágil, por merecer um momento de dedicação capaz de te desconcentrar do que realmente importa. Este foi, sem dúvida, um dos mimos valiosos que te ofereci com carinho nas embalagens mais esdrúxulas que pude imaginar, como aquele primeiro: o brinco de cristais que você nunca usou. Ah, Lilu... você fica tão linda de verde. Também não colocou na parede aquela tela da orgia do astronauta, único presente entregue sem embalagem tradicional da Nega.

Mas fico felicíssima quando te vejo usando como amuleto o anel côncavo de prata que lhe trouxe de Botogá, cidade por onde eu passava, em junho de 2010, e acompanhava pela imprensa o encontro marcado na Venezuela dos restos mortais de Simón Bolívar e de sua amada, depois de percorrerem o Peru, o Equador e a Colômbia, por ocasião das comemorações do bicentenário da independência desses países. Achei imediatamente romântico e precipitei-me em compartilhar.  

A fim de trazer detalhes complementares ao fato jornalístico, fiz uma brevíssima pesquisa sobre a trajetória do Libertador que, para meu espanto, ainda estava presente em minha memória escolar. Lamentavelmente, a rápida busca por informações me induziu a um grave equívoco que vai merecer reparo na edição do livro NegaLilu. Erro que tanto negligenciou a amante Manuelita, em seu importante papel político para a América do Sul, quanto trouxe para a luz a esposa precocemente vitimada pela febre amarela, Maria Teresa Toro, que definitivamente não teve seus restos mortais reunidos aos de Bolívar na cerimônia passional realizada em 5 de julho de 2010.

Na ocasião, o presidente Hugo Chávez teria dito: "Simón y Manuela, los dos son la misma cosa: pasión, fuego patrio que hoy se convierte en llamarada".











A saga de Bolívar e Manuelita imortalizada no mural de cerâmica “A pátria nascendo da ternura”, criado pelo artista equatoriano Pavel Égüez. Afixado na fachada do Edifício Nacional, em Caracas, na Venezuela.

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