A explosão da obra
segunda-feira, janeiro 03, 2011Lilu, enquanto edito nosso livro fico pensando sozinha... E isso é ótimo, porque você sabe que sou fã da rotina, mas gosto de fazer coisas que quase nunca faço também. Sempre me surpreendendo com o quanto elas podem ser boas.
Estou em minha fase Guimarães. Quando você finalmente acessar seu Gmail eu terei terminado de assistir às mais de 12 horas de Grande Sertão: Veredas e meu casamento com Riobaldo talvez já tenha terminado. Ou talvez eu e Riobaldo ainda estaremos mantendo um romance. De leve. Se quatro meses já tiverem se passado estarei quase pronta para outra paixão. Ou estarei no ponto para ficar só.
Um dia, vivendo outro amor, Riobaldo disse: "Deus é paciência. O contrário é o diabo." E sozinha pensei que coisa linda seria aguardar até o 6 de novembro de 2011 para a publicação dos textos do livro Nega Lilu no blog Nega Lilu, buscando consonância, dois anos depois, com o dia e a hora em que foram concebidos. Um exercício de recriação de matéria e, principalmente, de deslocamento da matéria recriada de seu tempo de origem.
O que proponho que façamos é mais do que literatura, nos aproximando novamente de Sophie Calle e de muitos outros artistas contemporâneos.
A história de Nega e Lilu nunca caberia numa linguagem só.
E na sua ausência, tomei providência para não deixar que os humores colocassem as mãos nessa história e fizessem dela alguma coisa distante de sua natureza, ou fizesse nada dela.
O blog Nega Lilu é uma dessas providências por entender que seria um equívoco submeter tamanha riqueza aos auspícios de um outro tempo... que não o da explosão da obra.
A fim de preservar a poética contida nesta relação tempo/espaço sem perder um segundo mais, faço deste outro início da história que ‒ anunciando seu fim em busca de um começo ‒ começará a ser publicada em 6 de novembro de 2011.
Nega do Sertão.
1 comentários
Nota de esclarecimento
ResponderExcluirDe lá pra cá, o livro que a Nega chama de "Nega Lilu" ganhou outro título: "Sem Palavras".