Um saci dentro de mim

terça-feira, fevereiro 22, 2011

A garota do chá estava na aula de Yoga quando cheguei pra malhar. Marília colada no espelho e eu à espreita no vidro, quando nos vimos. Ela ergueu a mão para fazer aquele gesto que termina com um toque no terceiro olho, me precipitei e dei um tchau bem casual, falando ao celular.

Era o amigo que vai se casar, me contando que tinha ido fazer as fotos do álbum nupcial. Um book?! Eles estão fazendo um book!! Que experiência maravilhosa... E eu pensando que as pessoas nem se casavam mais.

Pessoal afeito à Lomografia é que tem razão: o mundo é analógico. Seres humanos não se cansam do retorno às origens, geneticamente contagiados pelas variações do padrão "do pó ao pó" em quase tudo.

No meu caso, venho descobrindo que um certo comportamento cíclico ‒ que não sei se amo ou odeio ‒ tem muito a ver com a ausência de saciedade.

Não foi difícil descobrir que sou uma criatura exagerada, mas nunca investiguei por que às vezes o meu desejo não tem fim.

Ouvindo e observando mais o meu corpo nesses dias, percebo então que, rusticamente, saciedade pra mim é o cansaço. E não quero mais.

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