As novas estratégias de Eltinho
terça-feira, março 08, 2011
"Eltinhoooo, vou te amarrar no sereno!", ameaçava a avó. O moleque era o cão. Treinava para ser um artista circense na calçada em frente à pensão, onde Laura Passing havia se hospedado há mais de 15 anos. Naquela ocasião, sua equipe investigava os impactos socioeconômicos da morte iminente do rio que abastecia a região.
Talvez antevendo o êxodo que se abateria sobre a pequena cidade nos 10 anos que se sucederiam, o garoto Eltinho só pensava em ir embora. Para isso, ele tinha vários planos adaptáveis a situações diversas. Esperava a chegada do circo para se oferecer como trapezista, também vigiava as noites de céu cravejado à procura do disco voador que o levaria para um país distante. As performances em frente à pensão não eram outra coisa senão estratégia pura. Não passava chapéu ao final do número, apenas informava: estou pronto para viajar com você.
A avó ralhava e aquele era o jeito dela sofrer. Conhecendo o neto que criava desde bebê, suspeitava intimamente que poderia perdê-lo para um viajante sem escrúpulos ou para um E.T. Assim que aprendesse a ler e escrever estaria pronto para a partida.
Conexões insuspeitas entre passado e presente se revelavam durante a passagem do bloco que banhou de som as cercanias do Largo das Neves, onde Laura e Brisa comiam um croquete, por volta das 5 da tarde. A Nega maluca sentia a presença de Eltinho!
Buscou a figura do menino de um lado e do outro. As máscaras não dificultariam o trabalho de reconhecimento. Embrenhou-se no meio dos foliões que invadiram o bar. Deu de cara com um par de confetes instalado nas costas da passista. Supôs então que o viajante tivesse encontrado companhia naquele carnaval.
Talvez antevendo o êxodo que se abateria sobre a pequena cidade nos 10 anos que se sucederiam, o garoto Eltinho só pensava em ir embora. Para isso, ele tinha vários planos adaptáveis a situações diversas. Esperava a chegada do circo para se oferecer como trapezista, também vigiava as noites de céu cravejado à procura do disco voador que o levaria para um país distante. As performances em frente à pensão não eram outra coisa senão estratégia pura. Não passava chapéu ao final do número, apenas informava: estou pronto para viajar com você.
A avó ralhava e aquele era o jeito dela sofrer. Conhecendo o neto que criava desde bebê, suspeitava intimamente que poderia perdê-lo para um viajante sem escrúpulos ou para um E.T. Assim que aprendesse a ler e escrever estaria pronto para a partida.
Conexões insuspeitas entre passado e presente se revelavam durante a passagem do bloco que banhou de som as cercanias do Largo das Neves, onde Laura e Brisa comiam um croquete, por volta das 5 da tarde. A Nega maluca sentia a presença de Eltinho!
Buscou a figura do menino de um lado e do outro. As máscaras não dificultariam o trabalho de reconhecimento. Embrenhou-se no meio dos foliões que invadiram o bar. Deu de cara com um par de confetes instalado nas costas da passista. Supôs então que o viajante tivesse encontrado companhia naquele carnaval.
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