Back to black

quarta-feira, agosto 10, 2011

Eu estava solteira naquele sábado à tarde quando, assistindo ao jornal da Band, dei de cara com o maior artista plástico que eu conhecia dizendo ao repórter naquelas enquetes populares que o maior artista plástico do Estado que ele conhecia era Siron Franco, por uma série de razões que ele cuidadosamente pontuou e que o editor, respeitosamente, permitiu ir ao ar.
De boné e barba grisalha, tão atraente, era ele. Me abalou tanto a declaração quanto a imagem daquele que amei por tanto tempo sem nunca ter visto. Em 12 anos, incontáveis foram as ocasiões em que saí em busca de Carlos Sena sem saber onde buscá-lo, simplesmente o procurando com o intuito de me apresentar, de dizer a ele tudo o que eu sentia aqui dentro desde o dia em que me deparei com a obra Posto em Cena, e ela transformou minha vida de alguma forma inexplicável e irreversível.
Olhos nos olhos, eu diria a ele tantas coisas não preparadas, que um verdadeiro artista compreenderia como riqueza da expressão autêntica, descuidada, passional na essência, como as palavras que eu dedicaria a Lilu anos depois, sempre que possível. Nessa busca não metódica, mas sistemática, eu esperava encontrar aquele homem que faria da minha vida Arte.
Pelo crédito do telejornal eu soube que Carlos era professor da faculdade de artes da universidade federal e, no estado em que me encontrava, defini que no dia seguinte eu retomaria a caça temporariamente atenuada pela vida conjugal.

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2 comentários

  1. Acho que tive a sorte de pegar duas disciplinas com Carlos Sena na Faculdade de Artes Visuais (assim como tive a sorte de encontrar este blog).

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    Respostas
    1. Obrigada, Mariella!
      Você e a Nega têm algo em comum: Carlos Sena.
      Feliz em saber que tem gente nova acompanhando esta breve história.

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