Passado contínuo para sempre

sexta-feira, julho 01, 2011

Um dia, relendo o conto Sem Palavras, qual não foi a surpresa da Nega velha: aquele verbo estava no passado! Crise, primeiro. Depois, leitura com reelaboração semântica, porque na ficção é bem possível que um ato falho seja transformado em romântica premonição.


E por decisão da autora de que tudo terminasse bem, para sempre, assim ficou definido. Sem alterações do tempo original, o verbo passaria a comunicar ‒ mesmo não estando no gerúndio ‒ uma ação em deslocamento permanente, já iniciado, registrando a eternidade de um desejo.  

Este texto de carga auspiciosa foi o escolhido para ser afixado nas ruas de Goiânia, cidade sede da produção criativa do Projeto Esfinge. Para a quinta intervenção urbana da ação Mensagem na Garrafa, agora o artista Mateus Dutra faz opção pelo gesto, desenhando as letras que compõem significativa “cápsula de intimidade”, na poética definição do coreógrafo Kleber Damaso para esse trabalho.

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