Mensagem na Garrafa: intervenção urbana (Porto Alegre, Rio Grande do Sul - parte 2)

domingo, fevereiro 05, 2012

Diário de bordo
por Lucas Sharaya


O Fórum Social desse ano foi temático. Dentre tantos temas eu assistia o desenrolar daquele que era o tema que eu debatia comigo mesmo: o meu próprio debate. Não consegui participar das discussões que mais desejei. É péssimo que justamente as discussões sobre gênero não ocorreram como deveriam. Uma das propostas era uma oficina sobre Gênero e Feminismo, e quando cheguei ao Instituto de Educação Flores da Cunha, em Porto Alegre, descobri que havia sido cancelada. A outra prometia debater Gênero e Educação, porém os integrantes da mesa não chegaram e os ouvintes discutiram entre si. 


Toda aquela efervescência de movimentos sociais e de pessoas que erguiam os braços, cantavam e gritavam em defesa dos seus ideais palpitava em meus sentidos. Eu não poderia apenas assistir a tantas lutas sem participar delas. Muito menos não cantar, dançar, pular ou gritar pelo meu direito a uma vida plena. 


A lágrima catártica foi meu exercício. Elas vinham pacificamente do meu eu profundo e involuntariamente escorriam no meu rosto, enquanto eu buscava a essência daquilo que é minha bandeira: o amor. Tendo o amor pleno como bandeira, apraz-me fazer parte do Coletivo Esfinge. 


Os materiais pra intervenção Mensagem na Garrafa foram molhados pela chuva de verão (que também lavou meu coração). Devo contar do momento aventura de uma nega insistente: entrar em um gabinete da câmara municipal e pedir para tirar cópias. Ficou tudo azul. E mais emocionante. Quando eu estava preparando o papel pra colagem eu pensei "E agora eu estava aberta", e então minhas esperanças molhadas começaram a secar.







Intervenção: Lucas Sharaya.

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