O mantra (a origem)

segunda-feira, fevereiro 06, 2012


Finíssima sintonia se consolidou entre Laura Passing e Brisa Marin, a partir do momento em que se viram e se falaram, se tocaram e se afinaram, fizeram canção juntas e viram o amor florescer ansioso como calêndulas que têm condições climáticas ideais.

A composição da matéria que constituía o elo entre Nega e Lilu tinha base nas experiências alquímicas de Eros. Propriedades ultraflexíveis e impermeáveis permitiam que não houvesse ruptura com a distância, nem desgaste na convivência com os pecados capitais. Resistente ao tempo, o fio que ligava uma à outra também sobreviveria ao desbotamento das cores expostas à rotina da cama, mesa e banho.


Quando se manifestava em alta frequência, aquela sintonia era como um super poder para ser usado entre as duas. Seu único neutralizante era a indiferença.


Por isso, um dia, no trânsito, a Nega se sentiu vulnerável. Parou o carro no sol. Aspirou o ar disponível, como se enviasse espiões para sondar as correntes sanguíneas. Abalada com o que sentiu, abriu o coração e soltou a voz, compondo numa única tentativa um mantra que rezava o nome da flor de cajueiro, para trazê-la pra perto, num presságio de desconexão.  

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