Sem Palavras: 8 nov 2009 - 4h03

terça-feira, novembro 08, 2011

Capítulo II
de          Laura Passing <laura.passing@gmail.com>
para       Brisa Marin <eusoubrisa@gmail.com>
data       8 de novembro de 2009 04:03
assunto               Capítulo II
enviado por       gmail.com

Flor de cajueiro,
Assim não vale!
Você já me disse que não tem nada rolando e tive que iniciar o movimento de retirada...
Acho tudo muito excitante, mas essa deliciosa lenga-lenga pode me desviar... afinal, escrevi esse conto de ficção desejosa de que ele tivesse base em fatos reais.
Com algum distanciamento, percebo agora que o segundo capítulo de Sem Palavras possa ter algo a ver, na essência, com a canção Inútil Paisagem de Tom Jobim, quando cantada por Elis.
O segundo capítulo é diferente do primeiro, também porque não teve iguais oportunidades de pesquisa. É um texto menos estimulado, menos solto, em busca de finalização. No entanto, se o leitor for mais a fim de Henry Miller e menos de Anaïs Nin, encontrarei audiência atenta à ausência das sutilezas e à opção pelo monólogo antirromântico inundado de tesão. Ocorre que, além de mim, ninguém o leu até o momento. E para conhecê-lo é preciso saber que, assim como o primeiro capítulo, ele também existe em busca de consumação.
Sem Palavras começou a ser escrito em San Sebastian. E foi retocado inúmeras vezes em um hotel em Vitória, também no país Vasco, inclusive naquela noite em que te liguei e tive pistas de que o conto poderia não se desenvolver por falta de incentivo.
Ainda agora dei acabamento ao vocabulário e encontrei um ponto final. Seduzida pelo processo criativo em curso, quero iniciar o Capítulo III – dedicado a desvendar Gabriela a partir das palavras que, no final do Capítulo II, não foram ouvidas pela narradora – somente se puder contar com sua colaboração, Brisa.
Beijo.

Laura





 
Sem Palavras

Capítulo II

Dediquei-me ao pescoço de Gabriela longamente. Ela me acariciava os seios, mostrando-se afoita para tê-los, ainda de pé, encostadas na parede do quarto. Explorava-os no bico rijo, beijando-os deliciosamente. Eu estava pronta. Ergui sua saia e te encontrei à minha espera. Me posicionei melhor junto ao seu corpo, afastei suas pernas e senti, entre meus dedos, Gabriela se derramar. Minha língua em sua boca reproduzia o desenho que te dava prazer, te comendo devagar, te fazendo gemer um pouquinho.
Eu disse a ela o meu texto favorito para essas horas, correndo o risco de que ele não funcionasse, mas fazendo algo pra mim, consumindo a poção mágica produzida pelo suor da rã enclausurada na caixa cujo interior é revestido por espelhos.
— Quero te chupar... muito.
E ela me arrastou para a cama. Me fez conhecer como era habilidosa. Abri as pernas e ela se deitou sobre mim. Me tocou profundamente, explorando meus lugares sem parar de me beijar.
Adorei.

Pousei lentamente as mãos em suas costas e me detive no vaivém de sua bunda. Beijei pela primeira vez seus pequenos seios que pareciam ter se avolumado de tesão. Chupei um por um com firmeza, determinada a tê-los em minha boca sempre que evocasse sua lembrança. Nos deitamos de lado e ficamos curtindo descobertas, olho no olho, por tempo indeterminado.
Você era minha.

Enfiei a língua na xoxota molhadinha. Gabriela gemeu e disse algo que não me alcançou. Demarquei o perímetro de seu clitóris, circulando por ali, sugando-o de leve e depois mais intensamente, bem gostoso, à medida que sentia seu perfume inesperado da flor de cajueiro. 

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2 comentários

  1. Lindo! Viva o tesão e o carinho!

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  2. Alguém me entende...rs. ;)
    Obrigada por aliviar minha espera, porque não é somente o leitor quem aguarda por uma publicação aqui.

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